quarta-feira, 30 de abril de 2014

SIMEPAR atua contra terceirizações ilegais

O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (SIMEPAR) tem travado uma luta contra a precarização das relações empregatícias e a terceirização irregular de mão de obra médica. Várias são as medidas adotadas pelo Sindicato e que vêm surtindo efeitos positivos.

Procedimentos administrativos abertos no âmbito interno do Sindicato têm servido para colher informações e obter respaldo à formulação de denúncias ao Ministério Público do Trabalho e mesmo à propositura de ações judiciais.

Após um desses procedimentos, o Ministério Público do Trabalho propôs Ação Civil Pública nº 19430/2010 contra o município de Curitiba, ação esta na qual o SIMEPAR funciona como assistente, vindo a obter acórdão favorável do TRT-PR condenando o município na obrigação de não fazer, consistente em não terceirizar para entidades privadas o atendimento médico nas unidades de urgência e emergência de Curitiba. A atuação do Sindicato, conjunta com autoridades públicas municipais, culminou, outrora, na instituição da Fundação Municipal de Saúde e, assim, com o fim da terceirização no referido setor.

Mas não apenas no âmbito do município de Curitiba, mas também em outras prefeituras e, inclusive, na esfera da administração estadual, tal atuação tem se mostrado visível. Recentemente, a OAB-PR promoveu debate acerca do fim da terceirização e na re-inclusão dos serviços médicos no âmbito da estrutura da administração pública indireta, o que vem ocorrendo com o estado do Paraná. Novamente, o SIMEPAR, ante a experiência na negociação do fim da terceirização na administração estatal, foi convidado a debater a instituição da Fundação Estadual de Saúde. O evento contou com a presença de representantes de vários municípios paranaenses que vieram buscar informações voltadas a solucionar o problema deixado por gestões passadas.

As atuações ocorrem junto a outros entes da federação. Em municípios como Paranaguá, a atuação tem se dado no âmbito interno do Ministério Público Estadual (Promotoria da Saúde local), bem como na via judicial, em ações em que atua como assistente judicial de entidades voltadas a obtenção do pagamento da remuneração dos profissionais da saúde, prejudicadas por terceirizações irregulares a Oscips. Em São José dos Pinhais, a atuação tem por fim também verificar a eventual irregularidade de entidades privadas contratadas para prestar os serviços médicos naquele município. Já em Araucária, a terceirização tem prejudicado o pagamento dos médicos que atendem no Hospital Municipal, ensejando pedido de abertura de procedimento junto ao MPT, por parte do CRM e do SIMEPAR. Outros municípios do interior do estado são investigados pelos Delegados Regionais do Sindicato acerca da licitude das contratações de Organizações Sociais e OSCIPS perpetradas por prefeituras locais.


O presidente do SIMEPAR, Mario Antonio Ferrari, adverte que "é importante que os médicos denunciem ao Sindicato as terceirizações ilegais, seja no âmbito da administração pública, seja por parte de hospitais que obrigam os médicos a constituírem pessoas jurídicas ou a se tornarem sócios de PJs já existentes ou ainda a se tornarem cooperados de Cooperativas fraudulentas que só existem com o fim de mascarar a relação empregatícia havida entre médico e entidade médico-hospitalar". Ferrari destaca ainda que os gestores públicos da administração direta e indireta se obrigam às imposições dos artigos que regem as contratações via concurso público.

Câmara aprova obrigação para plano de saúde substituir descredenciado e comunicar mudança

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou no dia 23 de abril o Projeto de Lei 6964/10, do Senado, que determina a substituição, pelo plano de saúde, do profissional que deixou de atender pelo convênio por outro equivalente, e estabelece a comunicação da mudança aos consumidores com 30 dias de antecedência.
O objetivo é evitar os descredenciamentos súbitos e imotivados tanto de profissionais como de clínicas, hospitais e laboratórios. A proposta torna obrigatória a existência de contratos escritos entre as operadoras de planos de saúde e seus prestadores de serviço (pessoas físicas e jurídicas).
Como o projeto já foi aprovado pelo Senado, e tramita em caráter conclusivo, deve ser encaminhado para a sanção da presidente da República, a menos que haja requerimento para que ele seja votado em Plenário.
O relator da proposta, deputado Fábio Trad (PMDB-MS), entendeu que os contratos darão maior segurança e estabilidade aos serviços prestados, e recomendou a aprovação do texto do Senado, para que a mudança entre em vigor imediatamente. Com isso, as emendas das comissões de Defesa do Consumidor, e de Seguridade Social e Família da Câmara foram desconsideradas.
Pelo texto aprovado, ficam dispensados dessa exigência os membros das cooperativas que operam planos de saúde, os estabelecimentos próprios das operadoras e os profissionais diretamente empregados pelos planos.

Procedimentos
O projeto também define que o contrato entre médicos e operadoras deverá ter cláusulas sobre o reajuste anual dos procedimentos. Se o reajuste não for definido até o final de março, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deverá estabelecer o valor.

Sindicato dos Médicos do Paraná empossa diretoria

O Sindicato dos Médicos do Paraná - Simepar empossou a nova diretoria, para o quadriênio 2014 a 2018, na noite de quinta-feira (24), na sede da Associação dos Servidores da Polícia Federal, no bairro Santa Felicidade, em Curitiba.

A solenidade foi prestigiada por médicos e familiares, dirigentes sindicais, representantes de entidades médicas e de instituições parceiras nas lutas encampadas pela entidade, dentre outros convidados.

O primeiro secretário eleito do SIMEPAR, Fausto Rohnelt Durante, foi o mestre de cerimônia da solenidade e, ao ler o termo de posse, elogiou a competência com a qual o presidente Mario Ferrari tem conduzido os caminhos do Sindicato nesses últimos anos, cumprindo o compromisso de defender os direitos da categoria médica. Durante estendeu os elogios a todos os demais membros da diretoria.

Ao discursar na solenidade, o presidente Mario Ferrari agradeceu o prestígio dado à solenidade, reafirmando o compromisso de lutar por melhores condições de trabalho para médicos e médicas paranaenses, como a busca da criação do Plano de Carreira, Cargos e Salários para os médicos do Estado. Disse que os obstáculos que impedem vitórias nessa luta deverão ser superados. “Os obstáculos que impedem vitórias nessa luta deverão ser superados. O nosso trabalho deve estar voltado para produzir o bem estar social”, afirmou Ferrari na ocasião, e foi aplaudido pelos presentes.

Na ocasião, houve uma palestra da assessora do Tribunal Regional do Trabalho, Aristéia Moraes, sobre a interface do trabalho médico, os direitos humanos, os direitos sociais e o Movimento Nacional das Crianças “Inadotáveis” (MONACI).

Na cerimônia, em discursos breves, desejaram sucesso à diretoria eleita, o presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Geraldo Ferreira; o vice-presidente, Otto Baptista; o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, o presidente da Federação Sul, Darley Wolmann, entre outros.

Também prestigiaram o evento, o secretário-geral da FENAM, João Batista; o secretário de Direitos Humanos, José Murisset; o secretário de Assuntos Jurídicos, Vânio Lisboa; o presidente do Sindicato dos Médicos de Caixas do Sul, Marloney Santos, e o membro da CAP-FENAM, Eglif Negreiros; e o presidente da Green Cred, Elie Legos.

 Crédito: Francisco Martins


terça-feira, 8 de abril de 2014

Entidades médicas cobram ações efetivas na saúde do Paraná e pedem criação de carreira para médicos

O Dia Mundial da Saúde, comemorado nesta segunda-feira (7), foi marcado por uma audiência pública no Plenarinho da Assembleia Legislativa, conforme iniciativa do deputado Ney Leprevost (PSD), com a participação dos deputados Dr. Batista (PMN), Anibelli Neto (PMDB), Tercílio Turini (PPS) e do ex-deputado Gilberto Martin (PMDB), que também foi um dos proponentes da audiência. Entidades como a Associação Médica do Paraná (AMP), Associação Médica Brasileira (AMB), Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar), membros do Conselho Regional de Medicina (CRM-PR) e da Frente da Saúde e Cidadania também estiveram na reunião.
O objetivo, segundo Leprevost, era o de protestar por melhores condições de atendimento à população, além da valorização da categoria médica. “A saúde pública brasileira está na UTI. São filas em hospitais, desrespeito ao profissional médico. Isso é preocupante, pois quem sofre é o paciente. Estamos hoje aqui cobrando, portanto, melhorias e mais investimentos em saúde, especialmente do governo federal”, disse o parlamentar.
Entre outros pontos, foram destacados na audiência os resultados dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Planos de Saúde, concluídos recentemente no Legislativo. De acordo com o presidente da Associação Médica do Paraná, João Carlos Baracho, o trabalho da comissão na Assembleia apontou 16 itens a serem melhorados na relação entre médicos, operadoras de planos de saúde e usuários. “Estes apontamentos foram importantes para a valorização dos médicos, com a devida fiscalização de órgãos competentes em relação aos valores pagos aos profissionais, diante das altas cobranças dos planos feitas aos usuários”, lembrou Baracho.
O presidente do Simepar, Mario Ferrari, destacou a necessidade urgente de financiamento público da saúde que possibilite criar a carreira no estado para os médicos que atuam no SUS, visando a ampliar e melhorar o atendimento médico em saúde. Disse ainda que ações públicas estão em andamento para corrigir a remuneração dos médicos e ampliar a qualidade dos serviços. Também elogiou a sugestão da criação de uma comissão que acompanhe os planos de saúde e que proponha parâmetros específicos para médicos e usuários, e citou a CPI dos Planos de Saúde como uma ferramenta que também deve ser agregada à ação das entidades. “Precisamos corrigir a remuneração dos médicos para que eles possam oferecer atendimento de mais qualidade, sem a sobrecarga imposta pelos planos de saúde.”
O presidente do CRM-PR, Mauricio Marcondes Ribas, criticou também o subfinanciamento da saúde e a transferência de culpa do governo para a classe. “O pouco dinheiro que é efetivamente destinado à saúde é mal administrado”, disse, citando como exemplo os números recém-divulgados pelo Conselho Federal de Medicina com relação ao PAC 2: “No Paraná, apenas 14% do que era previsto de investimentos em saúde foi efetivamente concluído nos últimos três anos. Além disso, o governo continua culpando os médicos pelas mazelas da população”, concluiu.
Na opinião do deputado Dr. Batista, outro assunto de extrema relevância diz respeito ao investimento de 10% do orçamento da União na área da saúde. “Com a aplicação destes recursos, a exemplo de Estados e Municípios, a União vai ajudar em muito o Sistema Único de Saúde. Aí sim poderemos chegar a um atendimento de excelência”, afirmou.
Para Gilberto Martin, que também é médico e já foi secretário de Estado da Saúde, a audiência é um posicionamento do Poder Legislativo em relação à precarização da relação entre médicos, pacientes e governos. “Além de tratarmos sobre os desdobramentos da CPI, com a solicitação de melhor fiscalização da relação entre médicos e planos de saúde, debatemos aqui a situação dos SUS e caminhos para melhorias no atendimento à população”.
PROPOSTAS
Ao término da sessão, as entidades entregaram aos deputados propostas de ações baseadas no relatório da CPI dos Planos de Saúde. São elas:
1 – Criação da Comissão de Avaliação da Saúde Suplementar
Objetivando concretizar os encaminhamentos propostos pela Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar os procedimentos de empresas operadoras de planos de saúde no Estado do Paraná, a Comissão supervisionará e avaliará as relações entre usuários e operadoras de saúde e entre operadoras e sua rede credenciada objetivando a implementação e aplicação das determinações legais e normativas exigidas, além da emissão de pareceres e sugestão de encaminhamentos respaldados em avaliações especificas de operadoras de saúde que atuam no Estado.
A Comissão será composta por dois membros da Associação Médica do Paraná, dois membros ConselhoRegional de Medicina, dois membros Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná, um membro Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná, além de um Deputado Estadual integrante da Comissão Permanente de Saúde, um Deputado Estadual integrante Comissão de Defesa do Consumidor e quatro deputados estaduais convidados.
2 – Criação de Carreira de Estado para médico que atua no SUS
A criação da carreira de médico do Estado do Paraná, possibilitará a distribuição equânime de médicos pelo Estado obedecendo critérios técnicos e de demanda e, ao mesmo tempo, fornecendo condições de trabalho e garantias aos profissionais médicos que o permitam trabalhar e viver com condições dignas e sem as incertezas de remuneração, estabilidade e pressões políticas que atualmente afugentam os profissionais da atuação fora dos grandes centros. Ela deve ser implementada como parte de uma necessária política pública de saúde, para melhorar o acesso da população aos atendimentos médicos, especialmente no interior e em zonas urbanas de difícil provimento.
3 – Aprovação do Projeto de Lei 6.964/2010, que regulamenta a relação entre médicos e operadoras de saúde, e aprovação do Projeto de Lei Complementar n° 321/2013 (SUS + 10), que obriga a União a investir montante igual ou superior a dez por cento de suas receitas correntes brutas.
Fonte: Simepar, AMP, Alep-PR





Fotos: Alep-PR

SIMEPAR participa de debate na Universidade Positivo

O diretor do SIMEPAR, Marlus Volney de Morais, participa como mediador do debate sobre judicialização da medicina e medidas preventivas contra processos, nesta quinta-feira (10 de abril), no anfiteatro da Universidade Positivo., a partir das 19 horas. Os temas serão abordados pelo desembargador Miguel Kfouri Neto e o advogado Raul Canal. Atua como debatedor o presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná - CRM-PR, Maurício Marcondes Ribas. O encontro é promovido pela Anadem - Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética e pelo Fumdap - Fundo Prestamista de Defesa Profissional. Na ocasião, será lançado o livro "Erro Médico - Judicialização da Medicina", do advogado Raul Canal. A publicação faz uma análise profunda sobre esse polêmico e preocupante tema.
Mais informações: www.anadem.org.br

quinta-feira, 3 de abril de 2014

CONVOCAÇÃO: Audiência Pública do Dia Mundial da Saúde


Na próxima segunda-feira, 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, a Assembleia Legislativa do Paraná realizará uma audiência pública para debater a saúde no Estado.
Além de discutir soluções para o Sistema Único de Saúde e apresentar proposta de Carreira de Estado no SUS, as entidades médicas aproveitarão a ocasião para cobrar dos deputados a efetivação das medidas recomendadas pela CPI dos Planos de Saúde, que teve seu relatório aprovado pelo plenário da Assembleia em novembro de 2013, com 16 recomendações que não foram transformadas em ação.
Cumprindo o calendário da AMB, CFM e Fenam, o dia 7 de abril é a data da mobilização nacional da classe médica. A participação nesta audiência pública será o nosso ato no Paraná.  Destacamos a importância de estarmos mobilizados, demonstrando a força e união de nossa categoria.
A audiência será às 10h, no Plenarinho da Assembleia, que fica na Praça Nossa Senhora de Salete, em Curitiba.
Contamos com sua presença.
João Carlos Baracho         Maurício Marcondes Ribas            Mário Ferrari

Presidente da AMP            Presidente do CRM-PR                 Presidente do Simepar       

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Diretora do Simepar fala sobre saúde mental em boletim do Sindivet-PR

Leia entrevista que a diretora do SIMEPAR, Claudia Paola Carrasco Aguilar, concedeu ao Boletim Saúde do Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná - Sindivet-PR, de abril. A médica falou sobre saúde mental.

Reunião define ações das entidades médicas para o dia 7 de abril



O presidente do SIMEPAR, Mario Ferrari, participou nesta terça-feira (1º), na sede da Associação Médica do Paraná (AMP), de reunião preparatória para definição de ações que serão realizadas em audiência pública, no plenário da Assembleia Legislativa, no próximo dia 7 de abril,  Dia Nacional da Saúde.
 
Ficou definido que cada entidade médica - AMP, SIMEPAR e CRM-PR - formalizará propostas com base nas recomendações constantes no relatório da CPI dos Planos de Saúde. Também terão espaço para considerações os presidentes das comissões de Saúde e do Consumidor, e da Frente Parlamentar de Saúde. Ainda foi convidado a participar do evento, representante da Associação Brasileira de Oftalmologia - regional do Paraná.
 
Na ocasião, as entidades médicas farão uma concentração para dar "cartão amarelo" às operadoras de saúde, reforçando a luta em defesa dos profissionais que atuam na saúde suplementar.

Participaram ainda da reunião, o presidente da AMP, João Carlos Baracho; o presidente e vice do CRM-PR, Mauricio Marcondes Ribas e Luiz Ernesto Pujol, respectivamente; Jairo Sponholz de Araújo e Gilberto Pascolat (AMP), Rafael Scaranella, representando o deputado Anibelli Neto, os deputados estaduais Gilberto Martin e Tercílio Turini, e Mara Sperandio, representando o deputado estadual Ney Leprevost, presidente da Frente Parlamentar da Saúde.




Direitos da mulher médica dão o tom em encontro no SIMEPAR

Feminização da medicina, empoderamento da mulher, direitos trabalhistas e violência contra as médicas no ambiente de trabalho foram os temas que marcaram o I Encontro Paranaense das Mulheres Médicas, organizado pelo Simepar - Sindicato dos Médicos do Paraná, e realizado no último dia 20 de março, em Curitiba. O secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda, e a assessora da Secretaria Municipal da Mulher, Marisa Mendes Souza, prestigiaram a abertura do evento, parabenizando a iniciativa e a escolha dos assuntos.
“Aproximadamente 80% do quadro de servidores da Secretaria de Saúde é composto por mulheres. As mulheres também são a maioria na área médica”, disse o secretário Massuda. Após traçar um panorama do atendimento do sistema de saúde do município, Massuda disse que encontros como esse são importantes para ampliar a qualidade dos cuidados médicos à população. “Além disso, eventos assim têm a característica de sugerir e propor ideias e ações com vistas a melhorar as condições de trabalhos para as médicas”.
A assessora da Secretaria Municipal da Mulher, Marisa Mendes Souza, abordou em seu pronunciamento as ações e iniciativas que estão sendo realizadas de enfrentamento da violência contra a mulher. Lamentou que Curitiba tenha sido a última capital a ter uma Secretaria especializada na mulher e em sua defesa. “Estamos ainda traçando uma política específica para atender a mulher em várias áreas”, disse e citou como exemplo o lançamento da Patrulha Maria da Penha, que atenderá mulheres em situação de violência.



Feminização da medicina
A diretora do Simepar, médica da família e comunidade, Claudia Paola Carrasco Aguilar, foi a primeira palestrante da noite. Ela falou sobre feminização da medicina e informou que o aumento da participação das mulheres na profissão médica não é fenômeno recente e não acontece apenas no Brasil. “A proporção de mulheres médicas nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cresceu entre 1990 e 2005, passando de 28,7% para 38,3% do total de médicos”, afirmou.
Em relação à evolução da participação da mulher na medicina, Claudia destacou que na década de 40, as médicas não ultrapassavam 1% do total de clínicos no país. Em 1960, o CRM-PR registrou 1100 médicos, dos quais 60 eram mulheres. Nos anos 90, quase 50% dos médicos com menos de 30 anos de idade no Brasil. E em 2011, as médicas passaram a ser maioria nesse grupo. Hoje, em Curitiba, as mulheres já são 45%.
Quanto às especialidades médicas, Claudia apontou que em 2011, 55,1% dos médicos eram especialistas; sendo desse total, 40,61% são mulheres, atendendo 40 especialidades. E predominam em pediatria (69,63%), medicina da familia e comunidade (54,63%), clínica médica (50,96%), ginecología e obstretrícia (50,53%), dermatología (72,90%), genética médica (66,50%), endocrinologia e metabologia (65,01%), alergia e imunologia (60,83%) e infectologia (55,52%).


Empoderamento da mulher
A médica legista e presidente da Associação de Médicos Legistas do Paraná, Maria Letícia Fagundes, trouxe ao debate a questão do empoderamento da mulher. De acordo com ela, o termo significa reconhecer e valorizar as mulheres em todas as áreas, inclusive na política. Significa uma mudança na dominação tradicional dos homens sobre as mulheres, garantindo-lhes a autonomia no que se refere ao controle dos seus corpos, da sua sexualidade, do seu direito de ir e vir, bem como um rechaço ao abuso físico e as violações. “É uma condição para a equidade de gênero”. Maria Letícia disse que em 28 anos de carreia sofre preconceito de gênero.
Em seu pronunciamento, Maria Letícia informou que por uma questão de obrigatoriedade legal, a mulher tem sua participação garantida na formação partidária. “No entanto, isso não tem acontecido, apesar de a mulher ser 35% do eleitorado brasileiro, e apenas 31,7% de todos os candidatos disputando um cargo eletivo em 2012 eram mulheres”. Na Câmara dos Deputados a participação feminina é de 8,6% e no Senado, 16%. Na área de gerenciamento, a mulher ainda é minoria e mesma situação acontece na medicina.
“Mas a luta continua. Precisamos lutar a favor da equidade de gênero em todas as atividades sociais e da economia, a melhoria da qualidade de vida da mulher, das condições de trabalho e questões salariais”, recomendou.

Violência no trabalho
A mulher médica e a violência no trabalho foram temas enfocados por Artisteia Moraes Rau, assessoria do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná – TRT-PR. Ela começou sua palestra afirmando criticando que no país não existe política e sim politicagem. “E tudo é uma vergonha nacional: saúde, educação, direitos humanos. A mulher trabalha praticamente em três turnos e sobre violência em casa, na rua e no trabalho. Ouvi uma informação que me estarreceu: mais de 50 mulheres foram assassinadas no Brasil, nos últimos dez anos”. Aristeia considerou suas colocações como um desabafo e completou que, além da violência, a mulher também é discriminada em relação à ocupação de cargos em escalões mais altos do poder público e na iniciativa privada. E recebe salários menores em relação aos homens.
Aristeia disse ainda que no ambiente de trabalho a mulher é alvo de assédio sexual e moral, e na área médica chega a ser agredida por pacientes, como mostraram várias reportagens na mídia local e nacional. Também em relação a direitos trabalhistas a mulher médica também fica à margem da legislação, em muitos casos.

Direitos trabalhistas
A assessora jurídica do SIMEPAR, advogada Ana Paula Pavelski falou no encontro sobre porque a precarização dos vínculos de trabalho. Para ela, para a mulher médica essa questão é mais perversa. “A grande maioria da médica atua como autônoma, o que não lhe dá direito aos benefícios e garantias contidos, por exemplo, na CLT”, afirmou. Disse que nos hospitais a situação também é semelhante, bem como em cooperativas e outras formas de vínculos empregatícios. Essa situação, de acordo com Ana Paula, marginaliza a mulher médica e precariza as condições de trabalho. O SIMEPAR tem atendido um número expressivo de médicas mulheres que buscam orientação sobre questões trabalhistas. “Inclusive o Sindicato já tem muitas ações na justiça”.