terça-feira, 28 de setembro de 2010

SUS reajusta tabela de transplante

Ministério da Saúde vai remunerar melhor o médico que faz o diagnóstico de morte encefálica. Objetivo é aumentar em 20% o número de cirugias no país.

O tempo é o maior empecilho para aumentar o número de transplantes de órgãos no Brasil. Além de parentes de potenciais doadores demorarem muito para se decidir pela doação, médicos que fazem o diagnóstico de morte encefálica (condição para o paciente morto ser doador) nem sempre priorizam este tipo de atendimento porque são mal-remunerados. Para resolver esses problemas, o Ministério da Saúde anunciou ontem um aumento nos honorários pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Simultaneamente, lançou uma nova campanha para conscientizar as famílias sobre a importância da rapidez na decisão.

Hoje, os médicos recebem R$ 42 por um procedimento de morte encefálica. Agora vão receber R$ 600. Além disso, haverá uma padronização do tipo de exame, que antes não existia no Brasil. “Este profissional que faz o diagnóstico não está envolvido diretamente no transplante e nem deve estar, para não haver a comercialização de órgãos. Mas é ele quem ajuda a melhorar a captação”, afirma o chefe do serviço de transplante hepático do Hospital de Clínicas de Curitiba, Julio Coelho.

O diagnóstico de morte encefálica acaba ficando de lado, segundo Coelho, porque nem sempre os médicos se ausentam de suas atividades no hospital para dar atenção a isso. E este é um dos motivos para que só 50% dos casos sejam comunicados pelos médicos ao sistema nacional. “Muitos deixam para fazer este exame de um dia para o outro e isso reduz o número de potenciais órgãos a serem doados porque o paciente é mantido artificialmente com o coração batendo”, diz. Se o coração para de bater, perde-se imediatamente órgãos importantes como pulmão, pâncreas, coração, fígado e rim. “Havia desinteresse porque estes profissionais não são da área de transplante e ainda recebiam mal pelo serviço prestado. Com este estímulo, acredito na melhoria”, diz.

Matéria Completa no Site da Gazeta do Povo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário