segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Após suspensão da greve, médicos dos CMUM's se reúnem para discutir o rumo das mobilizações

Os médicos e médicas dos Centros Municipais de Urgências Médicas de Curitiba deliberaram por uma greve que iniciaria hoje, segunda-feira, 22 de agosto; mas essa greve foi suspensa a pedido da Justiça do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e Ministério Público Estadual. A decisão da suspensão da greve foi tomada em audiência no Tribunal Regional do Trabalho na última sexta-feira, 19 de agosto.

Na audiência, foi feito um acordo de que os empregadores passam a pagar no mínimo R$ 34,00 líquidos por hora; valor que representa um pequeno aumento alcançando somente parte dos médicos e está muito aquém da reivindicação do coletivo. O acordo também prevê mais reajustes até o fim do ano e o valor de R$ 42,00 por hora a partir de janeiro de 2012.

Mas, diante da condição imposta pela Justiça de que 80% dos médicos seriam obrigados a manter o trabalho, restando somente 20% para a participação na greve, além da possibilidade de responsabilização criminal dos médicos pelo não atendimento de casos graves, o Sindicato achou por bem aceitar o acordo e tentar avançar nas negociações.

Após essa decisão, muitos médicos manifestaram indignação pela postura dos empregadores e da prefeitura. Desde o início, os médicos afirmaram que não deixariam de atender os casos de urgência e emergência, mantendo pelo menos 30% do serviço.

O que muita gente não sabe, e a prefeitura preferem não mostrar é que os CMUM’s e os médicos estão sobrecarregados por que a maior parte da demanda desses centros não é realmente de emergência, e sim demanda não atendida pelas unidades básicas de saúde dos bairros. Grande parte da população tenta consultas nas unidades básicas, mas dificilmente consegue. É preciso madrugar para pegar uma ficha e conseguir uma consulta; depois, espera-se meses por uma especialidade. Então, quando sentem necessidade de uma consulta médica, muitos vão aos CMUM’s, pois preferem esperar horas do que semanas ou meses pela consulta.

Agora, os médicos querem denunciar essa situação, querem mostrar para o Ministério Público, Ministério Público do Trabalho, Conselho Regional de Medicina e para a sociedade que o sistema está sobrecarregado e distorcido. Por isso,os médicos dos CMUM’s são pressionados a acelerar as consultas para diminuir as filas, o que não resolve. É preciso maior oferta na atenção básica e no Programa de Saúde da Família (PSF).

Para discutir esses problemas e deliberar sobre os próximos passos nas mobilizações, os médicos vão se reunir nesta terça-feira, a partir das 19 horas, na Sede do SIMEPAR. Algumas propostas, como operação padrão, elaboração de um dossiê sobre os CMUM’s, entre outras já estão em debate nas redes sociais. A possibilidade de greve não está afastada. O SIMEPAR concordou em suspender a paralisação até o fim de setembro. Se as negociações não avançarem, a greve será retomada.

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