Os médicos servidores públicos federais do Hospital de Clínicas da UFPR paralisaram as atividades hoje como parte do movimento nacional contra os efeitos da Medida Provisória Nº 568/2012 sobre os seus vencimentos e carga horária de trabalho. Os médicos realizaram uma assembleia geral e depois saíram em passeata do Hospital de Clínicas até a Praça Santos Andrade, onde fica o prédio histórico da Universidade.
Os médicos se vestiram de luto e usaram narizes de palhaço brancos em alusão à medicina e à paz. Cerca de 300 médicos participaram da passeata que também teve participação dos médicos veterinários da UFPR, dos estudantes de medicina e de servidores técnicos administrativos que estão em greve desde esta segunda-feira.
A Medida Provisória 568 trata de reajustes para carreiras federais em várias áreas. Para os médicos, uma das consequências é reduzir à metade os vencimentos. O que hoje é pago por uma jornada de 20 horas semanais passará a ser o valor pago a quem trabalha o dobro, ou seja, a jornada de 40 horas. A medida também altera o cálculo do adicional de insalubridade e periculosidade reduzindo os valores pagos.
Agora os médicos vão acompanhar o resultado da reunião da comissão mista do Congresso que será realizada na tarde de hoje para apresentar o relatório sobre a MP. A expectativa dos médicos é que sejam suprimidos os artigos 42 a 47, 86 e 87 e alíneas I e II do artigo 105. Os médicos decidiram paralisar as atividade novamente na sexta-feira e realizar uma nova assembleia às 8:30 horas para deliberar sobre a possibilidade de greve por tempo indeterminado, conforme orientação nacional.
Durante a passeata, os médicos distribuíram comunicados a população. Leia o texto abaixo:
Vamos à luta, em defesa da Saúde Pública!
Nós médicos servidores públicos federais do Hospital de Clínicas da UFPR, do Ministério da Saúde, da FUNAI, do INSS e de outros órgãos públicos federais estamos na luta em defesa da Saúde Pública.
Nosso protesto é contra os efeitos da MP 568/2012 que reduz pela metade nossos vencimentos e dobra a nossa jornada de trabalho de 20 para 40 horas semanais, além de reduzir os valores de insalubridade e periculosidade.
Entendemos que a MP traz a determinados setores do funcionalismo benefícios que devem ser mantidos e até ampliados. Entretanto a medida prejudica os atuais e futuros servidores médicos tornando a carreira de servidor cada vez menos atrativa.
As perdas atingem, inclusive, aposentados (e pensionistas), que tanto já se dedicaram ao serviço público, enfrentando baixos salários e condições de trabalho adversas.
Nossa luta é por um plano de cargos, carreiras e vencimentos que fixe os médicos no serviço público, proporcionando tranquilidade e segurança para que possamos exercer a medicina em benefício de toda a população.
Nossa luta é por uma carreira de estado como a dos magistrados e procuradores, que leve médicos aos municípios mais distantes, resolvendo a falta de assistência no interior do País.
Nossa luta é pelo financiamento adequado do Sistema Único de Saúde, que é um sistema muito avançado, mas agoniza no abandono e no sub financiamento.
Por tudo isso, pedimos a todos que se juntem a nós médicos nessa luta. A saúde pública, mais do que nunca, precisa de cuidado.
Acesse: http://contramp568.blogspot.com.br/
Ligue para a Câmara e para o Senado e peça para os parlamentares tirarem da MP 568/2012 os artigos 42 a 47, 86 e 87 e alíneas I e II do artigo 105.
Câmara: 0800 619619 - Senado: 0800 061 2211
A ligação é grátis!
Médicos Servidores Federais
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