Matéria do Jornal Gazeta do Povo
Aproximadamente 5,7 milhões de pessoas vivem em áreas consideradas de alto risco para epidemia de dengue neste verão. O número é 23% superior ao identificado ano passado, quando 4,6 milhões residiam em regiões com alto índice de infestação do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti.
Este ano, de um total de 1.239 municípios avaliados, 77 foram considerados como de alto risco – cinco deles ficam no Paraná (veja infográfico). Em 2011, de 800 cidades monitoradas, 48 receberam essa classificação, de acordo com o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes Aegypti (Liraa), apresentado ontem.
“O alerta se mantém. O perigo de uma epidemia da doença persiste”, avaliou o secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Ao todo, 12 capitais do país estão em situação de risco ou alerta para a doença.
Ao comentar os números, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi cauteloso e não descartou a possibilidade de o país registrar aumento dos criadouros no verão, quando as condições para proliferação do mosquito são melhores. “Esta é uma fotografia. Com aumento das chuvas as medidas têm de ser redobradas”, avisou.
O ministro reforçou ainda a importância de manter a prevenção. Tradicionalmente, quando há mudanças na administração municipal, a tendência é de descontinuidade das ações. “Isso seria um ataque, um crime contra a saúde”, disse.
Padilha lembrou também que há grande número de pessoas suscetíveis a dengue tipo 4, sorotipo que voltou a circular no Brasil recentemente.
Ele observa que, embora esse sorotipo não esteja associado a epidemias explosivas, os cuidados devem ser redobrados. Atualmente, o sorotipo 4 é predominante no país: foi identificado em 63% das amostras analisadas. Em segundo lugar, veio o sorotipo 1, com 32,9% dos testes positivos.
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