quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Atenção primária é opção para desafogar emergências

Matéria do Jornal Gazeta do Povo

Prefeitura de Curitiba promete criar mais 20 equipes de Saúde da Família até março. Internacionalmente, o investimento em atenção primária está ligado à redução de custos com internações.

Diante dos episódios recorrentes de superlotação de hospitais e Centros Municipais de Urgências Médicas (CMUMs), a nova gestão da prefeitura de Curitiba pretende investir na ampliação do Programa Saúde da Família (PSF), lançado em 1994 pelo governo federal, para tentar diminuir os problemas na rede municipal de saúde. O PSF engloba equipes multiprofissionais que atendem a comunidade nas unidades de saúde ou nos domicílios. O programa promove ações de prevenção, recuperação e reabilitação de doenças e agravos mais frequentes.

Atualmente, a cidade conta com 185 equipes do progra­­ma, que atendem cerca de 677 mil curitibanos, cerca de 38,7% da população. A meta é ousada: até a metade de março, a expectativa é que mais 20 equipes sejam criadas e mais 100 mil pessoas beneficiadas, representando cerca de 43% da população curitibana. Se a experiência der certo, o número de equipes deve dobrar em 2014.

“Realmente a nova gestão vê o Saúde da Família como ponto estratégico para ampliar a atenção primária na cidade e queremos investir para qualificá-la e tornar nosso sistema de saúde mais eficiente”, explica o assessor de atenção primária à saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), César Titton.

Segundo Titton, hoje mui­tas pessoas procuram os CMUMs para atendimentos que não são de urgência ou emergência, o que sobrecarrega o sistema. “Às vezes uma pequena queixa ou acompanhamento de rotina vai parar lá e o local não é ideal para isso. Temos de organizar o sistema para responder a essa demanda por primeira atenção e desafogar os CMUMs”, explica.

Benefícios

Internacionalmente, o investimento em programas de atenção primária está ligado a uma diminuição progressiva nas mortes por doenças crônicas e redução de custos com internações e procedimentos de alta complexidade, já que os problemas são antecipados e somente em casos extremos os tratamentos chegam à internação em UTI ou exigem procedimentos de alta complexidade.

“Esse tipo de organização do sistema gera melhores resultados com menor custo. Países que são referência nessa área, como Canadá, Austrália e quase toda a Europa, trabalham com atenção primária fortalecida”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Nulvio Lermen Junior.

Para o secretário-geral da SBMFC e diretor de atenção primária à saúde da SMS, Paulo Poli Neto, além da possibilidade de melhor direcionamento dos investimentos em saúde, a valorização da atenção primária é uma forma de qualificar os atendimentos. “De uma dor de ouvido até a indicação de um contraceptivo, a pessoa se sente confortável para procurar o médico de família sem precisar esperar por um especialista, cujo tratamento é bem menos abrangente.”

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