quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Casos de dengue no PR em janeiro crescem 26 vezes

Matéria do Jornal Gazeta do Povo

Em 30 dias, 1,4 mil pessoas foram infectadas pela doença no estado. Alto índice de infestação torna real o risco de uma epidemia

Com 1,4 mil casos autóctones (contraídos no próprio estado) de dengue confirmados nas quatro primeiras semanas de 2013, o Paraná vive o pior janeiro dos últimos anos, perdendo apenas para 2011, quando uma violenta epidemia assolou o estado e 2.122 casos da doença foram registrados somente em janeiro. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mostram que, no comparativo com o primeiro mês de 2012, o número de casos confirmados em janeiro deste ano cresceu 26 vezes. Cinco municípios estão em situação de epidemia: Paranavaí, Peabiru, São Carlos do Ivaí, Fênix e Japurá.

Diferentemente de outros anos epidêmicos, como 2007 e 2010, quando os picos de confirmação ocorreram de abril para frente, neste ano, chama a atenção o grande número de casos já em janeiro. Em 2010, por exemplo, quando 33,5 mil casos de dengue foram confirmados no Paraná, somente 402 pessoas tinham contraído a doença em janeiro. Na ocasião, a semana com mais confirmações de casos do ano foi a 14.ª (abril), com 3.255 casos.

O coordenador da sala de situação da dengue no Paraná, Ronaldo Trevisan, explica que essa situação atípica se deve ao comportamento das chuvas e às altas temperaturas registradas de novembro para cá, condições favoráveis à reprodução do mosquito Aedes aegypti. “Tem feito muito calor nas regiões Oeste, Noroeste e Norte do estado, onde estão os municípios infestados.”

Além dos cinco municípios em situação epidêmica, em outros 77 o índice de infestação é igual ou superir a 4% (o que significa que, de cada 100 imóveis inspecionados, o mosquito foi encontrado em, pelo menos, quatro), número suficiente para causar uma epidemia.

Pouca chuva

O coordenador do La­­bo­­­­­ratório de Climatologia (Laboclima) da Universidade Federal do Paraná, Francisco Mendonça, acrescenta que, na segunda quinzena de janeiro, a quantidade de chuvas foi menor do que a habitual, o que costuma ocorrer em março ou abril, quando terminam os ciclos das chuvas concentradas do verão. “Quando chove de maneira intermitente, cria-se uma condição excelente para o mosquito. Quando chove muito todo dia, a dengue não explode, porque a água transborda dos recipientes, levando mosquitos e ovos.” Mendonça alerta que, se o clima continuar quente e com chuvas rarefeitas, a situação pode se agravar. “Poderemos ter uma epidemia assustadora em março e abril, que são os meses em que isso costuma ocorrer.”

Leia mais no Portal da Gazeta do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário