quinta-feira, 23 de maio de 2013

Médicos e estudantes de medicina se manifestam contra a importação ilegal de médicos

Concentração e passeata serão neste sábado no Centro de Curitiba e em diversas cidades que têm faculdades de medicina.

Médicos e estudantes de Medicina farão uma manifestação neste sábado (25), em Curitiba em protesto contra a proposta dos Ministérios da Saúde, Educação e Relações Exteriores de promover a “importação” de médicos formados no exterior sem passar pelo processo de validação de seus diplomas. Outras cidades onde há faculdades de medicina, como Londrina, Maringá e Cascavel também vão realizar protestos.

O movimento visa chamar a atenção para o risco à saúde e à vida das pessoas com a pretensão de se tentar a interiorização do atendimento com médicos formados no exterior, sem a devida análise da qualificação profissional, alheios à realidade epidemiológica brasileira e, ainda, com possível agravo na comunicação pelo não domínio do idioma local.

Participam da organização do protesto em Curitiba o Conselho Regional de Medicina, Associação Médica do Paraná e Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná, e os diretórios acadêmicos da UFPR, PUC, Evangélica e Positivo.

A concentração terá início a partir das 8h30 na Boca Maldita, onde os participantes pretendem exibir faixas e distribuir material informativo sobre o cenário real da saúde pública brasileira, as razões da dificuldade da fixação do médico nas regiões mais carentes e que a luta da classe médica está centrada na garantia de saúde de qualidade e igualitária a todos os brasileiros. Haverá, ainda, uma passeata até a Praça Santos Andrade, onde continuará o contato com a população até por volta de meio-dia.

Números relacionados à mobilização em defesa do SUS, dos direitos dos médicos e da dignidade da população (CRM PR):

400 mil é o número de médicos em atividade No Brasil. 48,30% estão nas capitais.

557% foi o crescimento do número de médicos e 1970 a 2010, enquanto a população aumentou 101%.

92% é o índice de reprovados no Revalida, o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições Estrangeiras, instituído pelo MEC Portaria n.º 278/2011), o que atesta o temor com ausência de filtro de habilidades e conhecimento.

200 cursos de Medicina colocam o Brasil na liderança absoluta na relação escola/habitantes.

17 MIL médicos/ano começarão a ser formados no Brasil.

44% é o investimento público do Brasil em saúde, um dos mais baixos do mundo entre países com sistema universal de saúde. Cuba aplica 93% e o Reino Unido 84%. A Argentina, 66%. A população paga o restante.

466 dólares/ano é o gasto per capita em saúde no Brasil, abaixo da média mundial, que é 571. Os EUA gastam US$ 3,7 mil; a Noruega, US$ 6,8 mil.

41.713 é o número de leitos que foram fechado no SUS entre 2005 e 2012.

399/2011 é o número do Projeto de Lei do Senado, de autoria de Roberto Requião (PMDB-PR), que defende o reconhecimento automático dos diplomas para instituições de “reconhecida excelência acadêmica”. A proposta é repudiada pelas instituições médicas, estudantes de Medicina e pelo Conselho Nacional de Educação.

138/2012 é número do PLS, de autoria de Paulo Davin (PV-RN) que busca a regulamentação do Revalida e que é objeto de abaixo-assinado de apoio em todo o país.

Com informações do CRM PR, editado.

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