terça-feira, 19 de novembro de 2013

SIMEPAR considera prisão de médico de Cascavel arbitrária

Após ouvir profissionais da cidade, e tomar conhecimento dos detalhes que envolveram a prisão de um médico que atua na cidade de Cascavel, a diretoria do Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná concluiu que a prisão foi arbitrária, ilegal e desnecessária. A prisão do médico por “abandonar” o ambulatório é injustificável por que o ato não caracteriza crime do médico, talvez de quem determinou a prisão.

Segundo as informações apuradas, a realidade das unidades de saúde do município de Cascavel é muito precária. Móveis quebrados, falta de insumos, falta de medicamentos, fazem parte do dia a dia dos profissionais.

No caso da prisão, havia dois médicos escalados para trabalhar num local que só comportava um só há um consultório. O médico em questão retornava ao local e atendia seus pacientes diariamente, após o outro concluir seu horário. Essa afirmação foi sustentada em sessão de uma CPI da saúde na Câmara dos Vereadores de Cascavel pelos próprios funcionários da unidade de saúde, que afirmaram que não havia nenhuma reclamação contra o médico que foi detido.

No meio político local e estadual, comenta-se que a prisão do médico foi resultado de uma armação, e serviria para desviar a atenção do processo que resultou na cassação do mandato do prefeito Edgar Bueno, decidida por unanimidade pelo TRE, na semana passada.

Sobre a prisão, a arbitrariedade é flagrante. Esse tipo de evento deve ser motivo de advertência, ou sanção similar prevista no estatuto do servidor; pois a unidade não é de urgência ou emergência e não houve desatendimento dos pacientes.

Leia a seguir, nota da Associação Médica de Cascavel e do Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná que foi publicada nos jornais de Cascavel no dia 10 de janeiro:

Esclarecimento à população

AMC (Associação Médica de Cascavel) e o SIMEPAR (Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná) lamentam que a sociedade brasileira conviva diariamente com escândalos a respeito de políticos corruptos que nunca chegam a ser presos; lamentam que a sociedade conviva com a falta de investimentos públicos em infraestrutura sanitária, que permite que milhões de brasileiros tenham que viver sem água, sem esgoto, sem decência; lamentam que milhares de brasileiros morram todos os anos em acidentes evitáveis de trânsito, em estradas que nunca são conservadas, e, quando são, apenas à custa de pedágios caríssimos, favorecendo interesses que nunca são trazidos a publico; lamentam também a falta de investimentos na educação, que transforma a maioria de nossas crianças em analfabetos funcionais; lamentam que nosso meio ambiente esteja sendo degradado para atender a interesses dos mais variados matizes ideológicos, desde aqueles que pretendem "reformar" o campo, até aqueles que pretendem "explorá-lo"; repudiam o alto preço de nosso combustível e de nossa energia elétrica, elevados artificialmente por empresas ineficientes que atendem a interesses eleitoreiros; lamentam o alto custo dos Impostos, o sistema tributário confuso, ineficiente e explorador; lamenta a burocracia que emperra qualquer investimento, a disseminação de partidos políticos, a dança de filiações quando próximo das eleições; lamentam a insegurança jurídica de um sistema judiciário ineficiente e acanhado; enfim, lamentam as mazelas que impedem o desenvolvimento do País, com as quais convivemos como se fossem normais.

Lamentam especialmente que a administração pública opte por investir em estádios de futebol ao invés de construir hospitais e leitos; lamentam que milhões demorem meses para conseguir uma simples ultrassonografia; lamentam que milhares demorem anos para conseguir uma cirurgia eletiva e outros milhares morram em fila de espera de internamentos, de transferência hospitalar, de exames, de ambulâncias de consultas especializadas.

Lamentam que "políticos" se beneficiem das mazelas da população, porque conseguem votos através de consultas, exames e internamentos "por fora" do sistema, angariando votinhos de um povo humilde que não consegue entender a dimensão do estelionato eleitoral a que é submetido todos os anos. "Político," que criam dificuldades, para vender facilidades.
Não admitem que "políticos" manuseiem a sociedade desinformada, virando o holofote da mídia para problemas pontuais do sistema de saúde e criando insegurança generalizada entre profissionais médicos que precisam de 6 anos para se formar de no mínimo mais 3 anos, para conseguir uma especialidade, tudo a um custo exorbitante de esforço pessoal que faz com que muitos passem a juventude sob um abajur estudando, e o resto da vida tentando acompanhar as inovações tecnológicas que se apresentam.

Enquanto alguns desses elementos que acusam, algemam, prendem e condenam em respeitar direito individuais, sem o Devido Processo Legal, estavam em noitadas com cervejadas conseguindo votos sabe-se lá por que meios espúrios nós médicos estávamos estudando para superar vestibulares diferenciados universidades exigentes e concurso, disputadíssimos nos quais pouquíssimos conseguem ser aprovados; nós médicos estávamos virando noites nos plantões para aprendermos a lidar a lidar com a vida desses elementos e salvar suas vidas.

Por causa de rodo o exposto, a AMC (Associação Médica de Cascavel) e o SIMEPAR (Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná) comunicam à população que não admitirão ser usado como objeto eleitoreiro, não serão vitimas daquele, que tentam criminalizar problemas administrativos enquanto permitem que nossas crianças estejam sendo tragadas pelas drogas, nossas mulheres estejam sendo agredidas, nossos idosos estejam sendo desrespeitados e nosso consumidores vilipendiado.

Enquanto fecham os olhos para os verdadeiros criminosos, os hipócritas dizem nos representar; mas representam apenas seus próprios interesses.

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