quinta-feira, 7 de agosto de 2014

FENAM e ABP defendem uma política pública de saúde mental mais eficiente



                                          Foto: Guilherme Sadeck 

Os psiquiatras e representantes da FENAM, Edson Gutemberg, Mário Ferrari e o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo,  tiveram audiência com o secretário executivo do Ministério da Saúde, Fausto Pereira dos Santos, em Brasília, para tratarem da necessidade de uma política pública de saúde mental mais eficiente e denunciar a falta de medicamentos de baixo custo.

Segundo o presidente da ABP, medicamentos que não possuem mais o direito de patente e que são muito baratos estão sendo retirados do mercado, quando, ainda segundo o presidente, eles poderiam ser feitos por qualquer laboratório.  A retirada destes medicamentos “levam a um prejuízo muito grande para a população carente, que às vezes, a única oportunidade é ter este tipo de medicamento para seu tratamento”, afirmou Antônio Geraldo.

A necessidade de se criar um sistema público ambulatorial para tratamento da população foi ressaltada no encontro. “Não dá mais para ficar sem ter um sistema ambulatorial aonde simplesmente o paciente vai até aquele local, faz uma consulta e volta para sua casa, trabalho ou família. É assim que funciona no sistema privado e que dá alta resolutividade”, avaliou o presidente da ABP.

O problema da descontinuidade do tratamento, acarretada pela falta de medicamentos e de um sistema ambulatorial foi questionada pelo diretor da FENAM, Edson Gutemberg, que afirmou ser necessária a resolução deste problema  “a fim de evitar que eles terminem todos sendo conduzidos à uma internação que encarece, cronifica e gasta muito mais”.

Sobre os serviços de saúde mental oferecidos pelo Estado, Antônio Geraldo citou, como exemplo, o número elevado de detentos que carecem de atendimento, mas que não o recebem. “Nós temos, aí, mais de 60 mil doentes mentais na cadeia e não há um programa de saúde prisional adequado para atender essa população que lá estão, transformando as cadeias nos novos manicômios”, disse.

O encontro no Ministério da Saúde foi classificado como positivo pelo diretor de Finanças da FENAM. “A nossa audiência demonstra a importância dessa parceria que a FENAM está estabelecendo com as sociedades de especialidades”, afirmou Mário Ferrari.

Fonte: FENAM/ André Gobo 

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