Eleições: Candidato tucano converge com Campos na proposta de criação de carreira nacional de médicos
Em encontro com representantes de entidades médicas, em Brasília, o senador Aécio Neves (MG) afirmou que os médicos cubanos têm "prazo de validade", porque ficarão no país por três anos, e que atrair médicos estrangeiros é uma "solução paliativa" para o problema da saúde pública no Brasil. Anunciou a intenção de criar a carreira nacional médica e instalar 500 grandes unidades regionais de atendimento especializado de saúde no país, onde o paciente será atendido por um médico e encaminhado para fazer exame e receberá os remédios.
"O que vamos fazer é criar uma carreira nacional de médicos, qualificados e atendendo na periferia das grandes cidades e nas cidades mais remotas porque, com o tempo, eles mudarão de região", disse. "O que eu pretendo é que não haja mais a necessidade de médicos estrangeiros no Brasil. Ao longo do tempo, as nossas políticas e ações permitirão que essas vagas sejam ocupadas por brasileiros formados, que passem pelo Revalida. Se houver necessidade de médicos estrangeiros, que isso seja apenas uma solução lateral, e não a solução central."
Em pronunciamento aos médicos presentes, o senador criticou a gestão de Dilma Rousseff, que, na sua opinião, não cumpriu os compromissos de fornecer serviços públicos de qualidade. "Não podemos aceitar mais que o estado brasileiro seja colocado de joelhos por um projeto de poder", disse. Segundo ele, o governo é "arrogante" e não dialoga e há uma "dicotomia" e um "distanciamento" entre o que o governo promete e o que faz. Afirmou que, se eleito, implantará uma gestão baseada na meritocracia.
No evento, realizado na Associação Médica de Brasília, Aécio foi recebido pelo presidente da entidade, Florentino Cardoso, como "futuro presidente". Ao seu lado, Aécio corrigiu: "próximo" presidente. O senador estava acompanhado do candidato do PSDB a governador do Distrito Federal, deputado Luiz Pitiman. Aécio foi muito aplaudido quando afirmou que pretende criar a carreira médica. Com relação aos médicos cubanos, afirmou que não permitirá "a discriminação" que existe hoje em relação a eles, que recebem cerca de 20% do valor recebido pelos outros profissionais do programa Mais Médicos.
"Falta diálogo para enfrentarmos a questão da ausência de médicos e, mais importante, da ausência de saúde no Brasil. Eu estou preparado para que, a partir do diálogo, possamos construir uma nova etapa na qualidade da saúde pública, com foco, por exemplo, nos atendimentos especializados. Nosso programa vai propor a criação de 500 grandes unidades regionais, onde o cidadão chega, é atendido por um médico especializado, é encaminhado a partir do diagnóstico feito para fazer um exame e já sai dali com os remédios".
Em entrevista, Aécio voltou a falar na criação de um "forte ministério" do setor de infraestrutura, "que isso possa ajudar a restabelecer credibilidade do país, para "ter de novo capital privado nacional e estrangeiro a nos ajudar nesse mutirão de infraestrutura no país". Afirmou que dará prioridade às hidrovias e ferrovias e no investimento em portos. Defendeu que o marco regulatório do setor mineral avance e prometeu resgatar as agências reguladoras como instrumento da sociedade, ocupadas a partir da meritrocacia, com mandatos estabelecidos.
"Mas vamos saltar de patamar na qualidade dos projetos e na segurança jurídica necessária, a partir de marcos regulatórios claramente estabelecidos, para que capital privado _ que se distanciou do Brasil pela insegurança gerada pelo atual governo_ possa voltar."
Aécio criticou o abandono de obras, inclusive do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Hoje o Brasil é um cemitério de obras inacabadas e com sobrepreços por toda parte. Falta gestão no estado nacional", disse.
Com relação à crise do setor energético, o presidenciável tucano disse que a situação é "trágica" e que os aportes do Tesouro Nacional para a área tem um custo imenso aos brasileiros. Criticou o "caráter intervencionista do atual governo", que na sua opinião desorganizou o setor elétrico.
Fonte: Valor Econômico
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