segunda-feira, 9 de março de 2015

Congresso promove debate por melhores condições de trabalho dos médicos peritos



Foto: Valéria Amaral 

Um objetivo em comum: promover a defesa da categoria médico-pericial na busca por melhores condições de trabalho. Esse foi um dos compromissos firmados por entidades médicas nacionais durante a abertura do V Congresso Brasileiro de Perícia Médica Previdenciária, realizado na noite da quinta-feira (5), em Bento Gonçalves.
 
O presidente do Congresso, Miguel Tabacow, disse que o evento propõe o aperfeiçoamento e a capacitação dos peritos médicos para um melhor atendimento à população, além de proporcionar a troca de experiências com palestrantes internacionais. “A medicina é uma ciência dinâmica. Por isso, a capacitação tem que ser constante e intensa para que a garantia da qualidade do trabalho esteja sempre presente.”
 
Representando a Federação Nacional dos Médicos (FENAM), o diretor de Formação Profissional e Residência Médica, Marlonei dos Santos, elogiou a atuação da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) na luta por melhores condições de trabalho para a categoria.  “Dentre as várias representações, nós não temos dúvidas de que a ANMP é a mais ativa das Associações na busca constante por melhorias de condições de trabalho porque tem um perfil diferente, reivindicatório. Ele reforçou a parceria firmada com a FENAM e colocou a entidade a disposição da categoria médica previdenciária.”
 
O representante no Brasil da Organização Ibero-Americana de Seguridade Social (OISS), Baldur Oscar Schubert, responsável por trazer palestrantes internacionais ao evento, destacou a importância do Congresso na valorização do médico perito, considerado uma “figura ímpar na medicina brasileira”.
 
Representação Política
 
O ministério da Previdência Social foi representado na cerimônia pelo secretário executivo da pasta, Marcelo de Siqueira Freitas. Ele frisou que as demandas e reivindicações salariais e por uma jornada que permita que o perito concilie atividades (públicas ou privadas) são consideradas legítimas pelo ministério.
 
Ele reconheceu que para garantir um atendimento de excelência aos segurados do INSS, objetivo da Previdência Social, é necessário valorizar os profissionais. “Será impossível alcançar um atendimento cada vez melhor se não tivermos pessoas capacitadas e reconhecidas como profissionais e esse reconhecimento passa por questões remuneratórias.”
 
Siqueira também destacou uma promessa antiga do ministério em relação a jornada reduzida de trabalho. “É uma dívida antiga que temos com a categoria e uma reivindicação legítima.” Para ele, uma jornada reduzida permitirá que o médico exerça atividades profissionais paralelas enriquece a atuação do médico perito no atendimento nas agências do INSS.
 
O representante da pasta também apontou as dificuldades de se aprovar as demandas, mas apontou o caminho. “Teremos que juntos construir uma justificativa para essas reivindicações que sensibilizem também os gestores das outras pastas (Planejamento e Fazenda). Teremos que ser transparentes, não criar falsar expectativas e estabelecer parcerias para encontrarmos o melhor caminho para alcançarmos nossos objetivos.”
 
“Não aceitaremos mais promessas!”
 
O presidente da ANMP criticou a atuação do Governo. “A categoria não aceita mais promessas. Hoje completamos dois anos quando o então ministro da Previdência, Garibaldi Alves, disse que era uma questão de honra conceder uma jornada de 20 horas ao perito médico. Não vieram nem as 20, nem as 30 e nem as 40 com melhores salários,” criticou Simas.
 
De acordo com o dirigente, o diálogo continuará de forma franca e transparente com representantes do Ministério e no parlamento, com um objetivo único: resgatar os direitos que são devidos aos peritos e o respeito dos associados e da sociedade.
 
Em seu discurso, o presidente da entidade ainda reforçou os principais desafios enfrentados pela categoria. Entre eles, a insegurança frente a violência nas agências do INSS e o temor pela volta da terceirização, implementado pela MP 664/2014.
 
Também participaram da cerimônia de abertura, o secretário municipal de Bento Gonçalves,  Gilberto Durante, o presidente do FONACATE, Roberto Kupski, o vice-presidente da Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícia Médica (ABMLPM), Enrico Supino, a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, Jane Berwanger e o diretor presidente do Instituto Tarcísio Vasco Michelon, Tarcísio Michelon.
 
PALESTRA SOBRE POLÍTICA ASSOCIATIVA  - NOVOS RUMOS
 
No último sábado (7), durante o V Congresso Brasileiro de Perícia Médica Previdenciária o diretor de Formação Profissional e Residência Médica da FENAM, Marlonei dos Santos, também presidente do Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul, realizou uma palestra sobre a "Política associativa - novos rumos".  Dr. Marlonei fez um histórico do movimento sindical desde a década de 30, a importância das lutas, das pautas de trabalho e os novos rumos.
 
“O foco agora é a MP 664 que está tramitando na Câmara dos Deputados, que propõe a privatização da perícia médica por uma instituição qualquer. Ao invés de abrir concurso, estão querendo privatizar”, destacou. O pleito pela realização de concurso público é uma das bandeiras de luta da FENAM em parceria com a ANMP, pois no entendimento das instituições esse projeto pretende acabar com a carreira dos peritos médicos na medida em que os atuais 4,1 mil profissionais que estão em exercício vão se aposentando.
 
Outro pronto discutido durante a palestra foi a análise da conjuntura nacional e a convocação para a participação do movimento das ruas, no próximo dia 15 de março, contra a atual gestão do Governo Federal.

Fonte: ANMP e Valéria Amaral - 09/03/2015

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