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Foto: ABr |
O número de
casos confirmados da Síndrome de Guillain-Barré (SGB) no estado da Bahia subiu
para 53 casos. A informação está no boletim da Secretaria Estadual da Saúde
(Sesab) desta sexta-feira (24). Em relação ao boletim anterior, divulgado na
terça-feira (21), são três casos novos. Para enfrentar o número crescente da
doença, a Sesab montou uma estratégia que envolve diversos profissionais. Entre
as ações, está a definição de 12 hospitais de referência, a reserva de 16
leitos nas unidades da capital e do interior e o início de uma investigação
epidemiológica.
Como a Síndrome de Guillain-Barré não é de notificação
compulsória, não há informações exatas sobre a quantidade de casos confirmados
da doença em anos anteriores. No entanto, pelo cenário que se desenhou este
ano, os profissionais dos hospitais dizem que o número de atendimentos de casos
é muito maior do que em outros anos, relata a superintendente de Vigilância e
Proteção à Saúde da Bahia, Ita de Cácia. Ela informa ainda que a Sesab faz
estudo retrospectivo para levantar números anteriores da doença no estado.
O Ministério da Saúde auxilia a Bahia com o envio de
imunoglobulina, utilizada no tratamento da SGB. Em junho, foram enviadas 300
unidades e, conforme Ita, o estado deve receber, em breve, mais 1.000 ampolas
do medicamento.
A síndrome é
considerada uma doença neurológica rara. Ela provoca fraqueza muscular e pode
gerar paralisia em membros do corpo. De acordo com a
superintendente, as constatações da investigação epidemiológica da síndrome
levam os profissionais da saúde a relacioná-la a doenças causadas por vírus,
especialmente dengue, chikungunya e Zika vírus.
“Estamos enfrentando atualmente uma tríplice
epidemia", disse ela, e explicou que normalmente, quando há tantas pessoas
submetidas a um processo infeccioso, o desenvolvimento de um sintoma
neurológico nelas fica mais propício, por causa da baixa imunidade. A
Guillain-Barré é um desses sintomas, acrescentou a superintendente.
O Ministério da Saúde informa que, até o momento, não há
estudos que façam relação entre essas doenças e a SGB, mas o boletim da Sesab
constata que dos 53 casos confirmados, 49 ocorreram em pessoas que já tiveram
alguma doença exantemática (que causa vermelhidão na pele, a exemplo das três
transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti).
Além da Bahia, pelo menos outros três estados do Nordeste
confirmaram casos da síndrome. No Ceará, são dez casos confirmados até o mês de
abril. A Secretaria da Saúde (Sesa) explica, por meio de nota, que “não há
variação significativa de casos”, comparando com anos anteriores. Em 2014,
foram 38 casos e, em 2013, 32. Assim como a Sesab, a Sesa também instituiu a
notificação e o detalhamento das ocorrências atendidas nas unidades de Saúde.
No Maranhão, há 14 casos de SGB confirmados, com três
mortes. Segundo nota da Secretaria de Estado da Saúde (SES), dentre os 14, oito
confirmaram ter tido alguma virose antes. O secretário da Saúde, Marcos
Pacheco, considera que essa relação do paciente, que teve doença causada por
vírus e depois desenvolveu a síndrome, é “meramente temporal”. Segundo ele,
“houve incremento de casos agora, logo depois desses surtos [de dengue,
chikungunya e Zika vírus], mas essa relação é presumida. É uma coincidência que
leva qualquer autoridade sanitária a ficar pensando nessa relação”.
Por conta dessa possibilidade, os gestores da Bahia e do
Maranhão reafirmam a importância do combate ao Aedes aegypti. Ambos explicam
que a preocupação primária é com o controle das epidemias causadas pelas
doenças transmitidas pelo mosquito. “É importante a gente pensar nessa
hipótese, porque faz com que nós possamos reforçar nossos cuidados com o vetor.
É fundamental que a gente fique responsavelmente antenado nessa possível
relação”, ressalta o secretário da Saúde do Maranhão.
Fonte: Portal EBC
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