
Foto: Valéria Amaral
Uma comitiva de médicos da Federação Nacional dos Médicos (FENAM) esteve no bairro Vitória, no município de Governador Valadares (MG), para examinar a população afetada pelo consumo da água com rejeitos de minério, mesmo após tratamento pela empresa de Saneamento e Abastecimento de Água da região.
Os médicos conversaram com moradores da comunidade que se aglutinava em filas esperando pela distribuição de água mineral. Os relatos ouvidos foram que após o contato com a água “tratada”, várias pessoas iniciaram processos alérgicos, feridas na pele, tiveram diarreia e dor de cabeça.
“Muitos estão com medo de ingerir a água, e a insegurança em relação à qualidade fere os direitos humanos. As pessoas estão recebendo uma água considerada potável, mas que pode ter metais pesados. E o uso contínuo, nos alimentos, na cozinha em geral, pode ter a longo prazo um depósito desses metais no organismo. Isso vai causar lesões de pele. Quem bebe essa água, a longo prazo, vai apresentar problemas nos órgãos, como aparelho digestivo, urinário e neurológico”, explicou o presidente da FENAM, Otto Baptista.
A suspeita dos médicos é que haja a possível presença de metais pesados na água - mesmo que em menor quantidade, mesmo após o processo de tratamento para potabilidade, pois algumas substâncias têm efeito cumulativo. A FENAM realizou, em parceria com o Sindicato dos Médicos de Governador Valadares, a coleta da água bruta do Rio Doce e de áreas em que a distribuição já foi reestabelecida para averiguar de forma independente a qualidade da água e possíveis efeitos na saúde.
Fonte: Valéria Amaral - 21/12/2015
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