A mobilização na capital do Paraná foi organizada pelo CRM, AMP, SIMEPAR e Centros Acadêmicos de Medicina da UFPR, PUC, UP e Faculdade Evangélica. |
Confira abaixo às manifestações pelo Brasil contra a proposta do governo de importar médicos estrangeiros sem a devida revalidação de diplomas defendida pela FENAM, o Revalida.
Amazonas:
Cerca de 450 pessoas, entre médicos e estudantes de medicina, realizaram uma manifestação na Avenida André Araújo, zona centro-sul de Manaus, na tarde desta sexta-feira (10). O protesto foi contra a facilitação do Exame de Revalidação dos Diplomas Médicos (Revalida) para profissionais que se formam no exterior.
Organizado pelo Sindicato de Médicos do Amazonas (Simeam), com apoio do Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam), a mobilização ocupou, inicialmente, a frente da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas, e interditou as duas vias da avenida.
Os diretórios acadêmicos de Medicina das universidades Estadual (UEA,) Federal (UFAM) e Nilton Lins também apoiaram o movimento. Os estudantes ergueram faixas como ‘Aqui jaz o SUS’, e ‘Não queremos politicagem, queremos saúde de qualidade’.
A diretora de comunicação do Sindicato dos Médicos do Estado do Amazonas (Simeam), Patrícia Sicchar, ressaltou que a manifestação busca alertar a população sobre a importância do Revalida e também chama a atenção do governo para que a categoria seja ouvida. "Já tivemos audiências na Assembléia Legislativa e também em Brasília sobre o assunto. Só queremos que a lei atual seja cumprida. Estamos abertos a diálogos", informou ela.
Sobre o carro de som, os manifestantes fizeram críticas à presidente Dilma Roussef e à senadora Vanessa Grazziotin por apoiar a medida do governo para a entrada de médicos estrangeiros sem a necessidade do Revalida. A presença do secretário de Saúde do Estado Wilson Alecrim também foi exigida na mobilização.
O deputado estadual Marcelo Ramos compareceu ao protesto e falou a favor da manifestação, classificando a atitude do governo de ‘demagógica e oportunista’.
A estudante de Medicina da UEA, Deborah Gadelha, 20 anos, considera importante a participação dos estudantes e do movimento a favor do Revalida. "Não somos contra a presença de médicos do exterior exercendo suas funções nos municípios do interior, mas, eles precisam ser aprovados no exame", disse. "Isso é de suma importância para uma qualidade de saúde na sociedade".
O estudante do Nilton Lins, Eduardo Carvalho, 22, afirmou que o governo não pode culpar o médico do Amazonas pelo estado em que se encontra a Medicina no interior. "A falta de infraestrutura no interior nunca é mencionada. É preciso melhores condições de trabalho".
Após os discursos em frente a Susam, os manifestantes seguiram em passeata para o Complexo Viário Gilberto Mestrinho (Bola do Coroado). No local, os estudantes atearam fogo em dois bonecos que representavam a presidente Dilma e a senadora Vanessa e depois voltaram pela Avenida André Araújo.
Bahia
Médicos e estudantes de medicina realizaram neste sábado (25) em Salvador uma manifestação em defesa do Movimento Revalida, Sim! e contra a vinda de médicos estrangeiros para o país sem revalidação do diploma, proposta pelo governo federal. O Revalida é uma prova para validação de diploma de profissionais médicos que venham do exterior para exercer sua profissão no Brasil.
A manifestação inciou às 8h30, em frente ao Shopping Iguatemi e aconteceu em várias cidades do país. Em Salvador, o protesto contou com o apoio do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) e do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed) que defende a manutenção da prova de revalidação, realizada pelo Ministério da Educação.
Cerca de 400 municípios brasileiros sofrem com a escassez de profissionais de saúde, mas a falta de estrutura é uma das principais reclamações da categoria. Segundo o Ministério da Saúde, o governo ainda está discutindo os termos do programa de contratação de médicos estrangeiros e, no momento, está estudando como esquemas semelhantes foram implantados em outros países.
Em entrevista realizada início deste mês ao nosso site, o presidente do Sindimed Francisco Magalhães, afirmou que a Frente Nacional de Prefeitos, autora da proposta da importação de médicos para o país, deveria se preocupar em cobrar dos prefeitos do Brasil o pagamento do salário dos médicos. "No ano passado, no período da troca de prefeitos, diversas prefeituras deram calote em médicos. Só no Sindimed, foram ajuizadas mais de 50 ações de médicos contra prefeituras do interior, por falta de pagamento", conta.
O Sindimed, representado pelo seu presidente, considera que a solução da falta de médicos nos pequenos municípios passa por uma carreira do SUS, com remuneração digna e com possibilidade de ascensão funcional, nos moldes da carreira do judiciário. Desta forma, o Sindicato lutará, junto com a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), contra esta afronta aos médicos brasileiros utilizando todas as medidas jurídicas e políticas possíveis.
Ceará
"Pra valer, tem que revalidar. Para a saúde do Brasil melhorar". Este é um trecho da música cantada por médicos e estudantes que protestavam contra a intenção do Governo Federal de importar médicos estrangeiros para atuar em regiões remotas, sem a necessidade de revalidar os diplomas. A manifestação ocorreu no sábado, 25 de maio, em Fortaleza.
Para os manifestantes, ao insistir na importação de médicos sem revalidação de diplomas, o Governo desrespeita a legislação e coloca em risco a qualidade da assistência oferecida à população. "Essa manifestação é de suma importância para mostrar para governo brasileiro, que esse projeto precisa ser discutido" alerta Jaime Alencar Benevides, Diretor de Defesa Profissional do Sindicato dos Médicos do Estado Ceará (SIMEC).
O estudante, Pedro Hugo Azevedo, foi um dos organizadores da manifestação. "Não queremos um movimento xenofóbico, queremos apenas que os profissionais estrangeiros se mostrem competentes a atuar em nosso País. Fato defendido por lei Nº 9394/96 e 3268/57 e no artigo do código penal 282, ou seja, só exigimos que a lei seja cumprida".
O grupo se concentrou por volta das 9 horas na Praça Portugal, de onde saiu em caminhada pela Av. Desembargador Moreira até à Beira Mar. Durante o percurso, os estudantes fizeram panfletagem e explicaram a população a ideia do movimento.
Espírito Santo
Estudantes, pré-vestibulandos e médicos protestaram com cartazes, apitos, nariz de palhaço, camisas e carro de som na manhã deste sábado (25), em Vitória (ES). Eles marcharam contra a intenção do governo de importar médicos estrangeiros sem a aplicação do exame de revalidação do diploma, conhecido como "revalida".
A concentração foi na Praça dos Namorados. Em seguida, o movimento seguiu até a Praia de Camburi, na altura do Clube dos Oficiais, passando pelas avenidas Saturnino de Brito e Dante Micheline. O evento foi organizado por alunos e entidades e ainda teve o apoio do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e da Associação dos Médicos do Espírito Santo (Ames).
O governo federal pretende trazer 6 mil médicos de países como Cuba, Portugal e Espanha. A estudante do 7º período de Medicina, Letícia Binda, 21, ressalta que a medida não resolve o problema de saúde do país. "É uma medida eleitoreira e imediatista. No Brasil não faltam médicos, o ideal seria um a cada mil habitantes e nós temos dois a cada mil, o que falta é estrutura, plano de carreira e apoio para que o médico vá para o interior", explica a estudante.
O vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Estado (Simes), Luiz Baltazar, defende que é preciso de uma Saúde de qualidade e não uma política provisória do governo. "Não aceitamos isso, porque é preciso uma avaliação de qualificação. Desde 2011, médicos de Cuba passam por essa avaliação. Do total 1,184 mil médicos, que foram avaliados, apenas 67 tiveram aprovação. Não podemos dividir o espaço de trabalho com que não tem a qualificação que o médico brasileiro tem", defendeu.
O médico e deputado estadual Hércules da Silveira, entende que com a entrada desses médicos algumas regras que existem para os médicos atuarem dentro do Brasil poderão ser quebradas. "O Conselho Regional de Medicina (CRM) de São Paulo não serve para o Espírito Santo e o contrário. Então, como pode médicos estrangeiros atuarem aqui sem nenhum tipo de treinamento? O nosso tratamento e a forma de atuação é diferente. Vamos lutar para derrubar essa questão de médico estrangeiro no Brasil", garante.
Além do Deputado Estadual Hércules da Silveira, os deputados federais e médicos Carlos Manatto e Cesar Colnago engrossaram o coro em favor do Revalida para todos os médicos formados no Exterior.
Um abaixo-assinado já está passando nas cinco faculdades de medicina do Estado e nos cursinhos preparatórios para vestibular pedindo que seja obrigatório a revalidação do diploma desses médicos estrangeiros. O movimento é pacífico e acontece em diversos Estados brasileiros.
Mato Grosso
Pelo menos 300 médicos participaram do ato público "Revalida, Sim!", neste sábado, pelas ruas da área central de Cuiabá, com concentração na Praça Alencastro, defronte à sede da Prefeitura Municipal. O protesto foi organizado por cinco entidades da área de saúde.
Os profissionais gritava palavras de ordem, como "Médicos na rua, Dilma, a culpa é sua!" ou mesmo "Revalida, Sim!", como parte de um movimento nacional contrário à ‘importação’ de médicos estrangeiros para o Brasil, principalmente de Cuba e Portugal, proposta pelo governo federal.
O manifesto passou pela Avenida Getúlio Vargas e ruas Barão de Melgaço, Cândido Mariano e Pedro Celestino, mas o movimento de carros era tímido.
O diretor do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Werley Peres, o movimento não é de cunho xenofóbico. Ele explica que a reivindicação das entidades médicas é para a manutenção da obrigatoriedade do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições Estrangeiras (Revalida), realizado pelas universidades federais para quem se forma em outro país, como Bolívia, Argentina e Cuba.
Pela proposta do Ministério da Saúde, o governo pretende validar automaticamente os médicos estrangeiros para atender no País, durante o prazo máximo de três anos. A justificativa federal seria a de suprir a falta de médicos na rede básica de atendimento.
"Em todos os países existe um sistema de avaliação de profissionais estrangeiros, para ver se eles estão aptos a tratar das doenças típicas do país e se a língua falada é compatível", argumenta o diretor. Segundo o Sindimed, no último Revalida, realizado em 2012, dos 884 candidatos estrangeiros, apenas 77 foram aprovados, ou seja, o índice de reprovação chega a 92%.
Atualmente estão em plena atividade no Brasil 4.534 médicos estrangeiros, que passaram pela revalidação nos últimos 12 anos.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) argumenta que, em Mato Grosso, 51% dos médicos estão concentrados na Capital e apenas 49% atendem aos municípios. Mesmo com maiores salários, o desinteresse dos médicos pelo interior do Estado se dá, na avaliação do Sindimed, pela falta de materiais básicos para procedimentos médicos.
Durante o protesto, os manifestantes seguravam diversas faixas em que se lia: "Não faltam médicos, faltam condições de trabalho e carreira digna"; "Para atender brasileiros, só revalidando diploma" e "Presidente Dilma, o Brasil não precisa de mais médicos, precisa de um Ministério da Saúde competente", entre outras.
Mato Grosso do Sul
Médicos e estudantes do curso de medicina fizeram passeata no dia 25 de maio, para explicar à população sobre o Revalida (exame de revalidação de diploma para médicos estrangeiros), e as sérias consequencias que a não aplicação da prova pode causar à saúde das pessoas. A manifestação foi organizada pelo Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos), CRM-MS (Conselho Regional de Medicina) e AMMS (Associação Médica), em parceria com os estudantes do curso de medicina da Capital. Em apoio ao manifesto também esteve presente a Academia Sul-Mato-Grossense de Medicina e o deputado Federal Luiz Henrique Mandetta, que tem defendido categoricamente os direitos e a saúde da população, sendo um importante aliado da classe médica junto ao congresso nacional.
Durante o trajeto que teve início na praça do Rádio Clube e seguiu pela Avenida Afonso Pena, Rua 14 de julho e Barão do Rio Branco, regressando ao ponto inicial, os manifestantes seguraram cartazes, faixas e distribuíram panfletos informando sobre a importância do Revalida e o quanto o país perderá com a importação de médicos que não tenham passado pelo processo de revalidação de diploma, para exercer suas atividades no Brasil.
"É sempre importante ressaltar que não somos contra a vinda de médicos estrangeiros, queremos apenas que os mesmos passem pelo Revalida, até para que não se cometa injustiça com aqueles que estudaram fora e precisaram passar pelo exame para poder trabalhar aqui", diz o presidente do Sinmed-MS, Marco Antônio Leite.
Marco ressalta que existe um pré-julgamento por parte da sociedade sobre o assunto e que é preciso avaliar caso a caso para que não sejam cometidos equívocos e injustiça. "A primeira impressão é que a vinda de seis mil médicos seria a solução para a falta de profissionais no interior, mas é preciso entender todo o contexto antes de aceitar a proposta de forma tão simplista. Até mesmo a Ordem dos Médicos de Portugal disse que não vão aceitar as condições de trabalho imposta pelo governo brasileiro, ou seja, eles também entendem que o problema não é a falta de médicos, mas sim a deficiência em estrutura e falta de incentivos para que os médicos atuem em condições tão adversas".
Minas Gerais
No sábado, 25 de maio, em todo o país, médicos e estudantes de medicina realizaram passeatas contra a intenção do governo federal de contratar médicos estrangeiros para trabalhar no interior do país. Em Belo Horizonte, cerca de 300 manifestantes, participaram do ato que teve o apoio e presença de diretores do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG).
O grupo se concentrou por volta das 9h na Praça da Liberdade, de onde saiu em caminhada pela Avenida Brasil até a Praça Tiradentes. De lá, foram para a Avenida Afonso Pena, no Centro de BH, e depois seguiram para a área hospitalar, onde fizeram uma panfletagem. Os manifestantes carregavam faixas e caminhavam aos gritos de "Revalida já".
O Sinmed-MG destaca seu apoio ao movimento Revalida Sim, já que a entrada de estrangeiros da forma proposta pelo governo é uma medida de cunho pontual, transitória e politica que não resolve aquilo o problema da falta de profissionais médicos em determinadas regiões.
Entendemos que qualquer proposta de trabalho, incluindo médico no Brasil sem comprovação de título precisa passar um critério de avaliação melhor para não colocar em risco a qualidade de atendimento à população. Hoje isso é feito através de uma prova que valida o exercício.
Pará
Estudantes de medicina e médicos do Pará ocuparam a praça Batista Campos e ruas do centro comercial de Belém, hoje, em um ato público em favor do Revalida para médicos com diplomas do estrangeiro. O ato denominado Revalida Sim foi organizado por estudantes em todo o Brasil para marcar a posição da comunidade médica e acadêmica sobre a entrada de médicos formados em outros países sem a validação do diploma.
O protesto começou na praça Batista Campos onde os manifestantes distribuíram panfletos e pediram a assinatura da população no abaixo-assinado que torna lei o programa Revalida. Depois, estudantes e médicos ganharam as ruas das imediações, misturando-se ao movimento do centro comercial e exibindo faixas e cartazes nos sinais em frente ao shopping do Centro.
Palavras de ordem como "vai pra casa, Padilha", "Revalida Sim", "Por um SUS de qualidade" e "Dê condições de trabalho e haverá médicos no interior", foram a tônica do Ato Público, que começou e se encerrou na praça Batista Campos.
"Trazer estrangeiros não resolve o problema da saúde no Brasil. Isso só vai se resolver com melhores condições de trabalho e plano de carreira", disse a estudante Thais Barros, da UFPA, uma das organizadoras do ato em Belém.
"A saúde no interior não tem a menor infraestrutura e não é trazendo gente de fora, sem validação do diploma que vamos mudar esse quadro", disse o estudante da UFPA, Charlon Costa, 20 anos. Morador de Alenquer, afirmou que gostaria de terminar o curso e poder trabalhar na região em que vive. "Tenho dever moral e ético com a minha região. Pretendo, sim, permanecer onde moro depois de formado".
O estudante Vinicius Savino, 28 anos, do 4º ano da UFPA, destacou que o movimento Revalida Sim despertou nos estudantes um sentimento que estava meio adormecido, de protestar pelas coisas em que acredita. "Calados nós não mais ficaremos. Não basta para nós, aqui, promessas de salários. Queremos condições para exercer a medicina. Nós que escolhemos a medicina e ela também nos escolheu", observou o acadêmico.
Os médicos que apoiaram o movimento engrossaram os protestos contra a entrada de médicos sem passar pelo Revalida. Eles criticaram o ministro Alexandre Padilha pela ideia. "Esse projeto é do Padilha. Temos que ficar vigilantes", disse o diretor do Sindmepa, João Gouveia. Vereadores médicos também participaram do movimento entre eles o dr. Helenilson, presidente da Comissão de Saúde da Câmara e o vereador Abel Loureiro. Eles informaram que a Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Belém já aprovou a realização de uma sessão especial sobre o assunto, marcada par o dia 6 de junho.
O diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso, fez um resumo da situação e detalhou proposta do CFM para ocupação do interior por médicos brasileiros, o Programa de Interiorização de Médicos Brasileiros, entregue pelo Conselho ao governo federal ontem. "Os médicos brasileiros querem uma chance de também poder ir para o interior", disse Cardoso, que também é conselheiro do CFM. Pela proposta do CFM, divulgada no site da entidade, o programa deve conter melhor infraestrutura de trabalho e condições efetivas para atração e fixação de médicos em áreas remotas e terá caráter emergencial e transitório com validade máxima de 36 meses.
A organização do Revalida Sim Pará se reúne novamente na segunda-feira, às 19h, no Sindmepa.
Paraná
Centenas de médicos e estudantes de medicina se reuniram na manhã de sábado (25) e fizeram uma passeata pelo calçadão da Rua XV de novembro como parte do movimento nacional pela manutenção da regra de revalidação de diplomas de medicina obtidos no exterior. Além de Curitiba, houve protestos semelhantes em Cascavel, Londrina, Maringá e Ponta Grossa; além de diversas cidades Brasil afora.
A mobilização foi organizada pelo CRM, AMP, SIMEPAR e Centros Acadêmicos de Medicina da UFPR, PUC, UP e Faculdade Evangélica. Os manifestantes se reuniram na Boca Maldita e seguiram em passeata até a Praça Santos Andrade onde realizaram um ato, cantaram o Hino Nacional e soltaram balões brancos.
A manifestação foi pela manutenção exigência de revalidação dos diplomas para que médicos formados no exterior possam trabalhar no Brasil. O Governo Federal vem manifestando a intenção em flexibilizar essa exigência para que médicos cubanos, portugueses e espanhóis possam trabalhar no País, sob a justificativa de que esses profissionais iriam atender em regiões distantes, em que não há médicos.
Para o diretor financeiro da Federação Nacional dos Médicos, Dr. Mario Ferrari, trazer médicos estrangeiros sem a devida validação dos diplomas é temerário e põe em risco a saúde da população. "Existem interesses ocultos na "importação" de médicos que devem ser combatidos. Por trás disso, está a intenção de saturar o mercado com mão de obra estrangeira para que os salários diminuam. Os médicos brasileiros e estrangeiros não podem ser tratados como mercadoria que serve para "importação e exportação".
Pernambuco
Nesta terça-feira (28/05) as entidades médicas de Pernambuco – Sindicato dos Médicos (Simepe), Conselho Regional de Medicina (Cremepe) e Associação Médica de Pernambuco (AMPE) – realizaram um ato público a partir das 8h, na Praça do Derby, em defesa do Revalida e contra a importação de médicos estrangeiros sem que haja a revalidação de seus diplomas pelo Ministério da Educação.
Na ocasião, os médicos entregaram uma carta aberta à população. O grupo teatral "TV Sindical" participou da ação com uma peça de teatro demostrando a insatisfação com a decisão da Presidenta Dilma Rousseff. As entidades médicas convidaram os profissionais de saúde – médicos e estudantes de medicina – para participarem deste ato em defesa da valorização do profissional e da saúde da população brasileira.
Além disso, o Simepe ofereceu um dia de Ação e Cidadania para a população. No memorial da medicina – rua Amaury de Medeiros, nº 206, Derby – foi montado um café-da-manhã saudável e profissionais de saúde aferiram a pressão e fizeram teste de glicose nas pessoas que passaram no local.
Rio Grande do Norte
Centenas de estudantes de Medicina de faculdades públicas e privadas, além de profissionais da área da saúde, foram às ruas na manhã de hoje (25) em protesto contra a importação de médicos de países estrangeiros sem a realização do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Ensino Superior Estrangeiras, chamado de Revalida.
Os manifestantes se concentraram na Associação Médica do Rio Grande do Norte (AMRN), na Hermes da Fonseca, e seguiram em direção ao cruzamento do Midway, onde fizeram parada no Hospital Walfredo Gurgel, e retornaram à AMRN. A manifestação denominada "Revalida SIM!" é nacional, surgiu das redes sociais e ocorre em pelo menos treze estados brasileiros.
Essa medida de importação de médicos foi anunciada no início deste mês e gerou críticas aos ministérios da Saúde, da Educação e das Relações Exteriores. A justificativa dada pelo governo é tentar sanar o déficit de médicos na rede pública, principalmente nos hospitais do interior.
Segundo a presidente do Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed/RN), Mônica Andrade, "não há falta de médicos, o problema é a falta de condições de trabalho e de plano de carreira". Ela lembra também que o movimento não é contra os médicos estrangeiros, mas contrário à não realização do Revalida.
O protesto não afetou o trânsito porque manifestantes não ocuparam mais que duas faixas da avenida Hermes da Fonseca e o fluxo de veículos seguiu normalmente.
Rondônia
Os estudantes de medicina de Rondônia vão engrossar o coro contra a proposta do Governo Federal de autorizar a atividade de médicos estrangeiros no Brasil sem passar pelo Revalida -a prova aplicada pelos ministérios da Educação e da Saúde para aferir os conhecimentos dos profissionais. Mobilizados pela União Rondoniense de Acadêmicos de Medicina, entidade que reúne cerca de 400 filiados, eles estão organizando uma manifestação em Porto Velho, capital de Rondônia , neste sábado.
De acordo com o presidente da União Rondoniense de Acadêmicos de Medicina (Uram), Alexandre Falqueti, a entidade vai realizar um dia inteiro de protesto em defesa do Revalida em uma das principais praças da capital, a Praça do Palácio do Governo -ponto de concentração e manifestação de várias categorias de servidores públicos em greve durante toda a semana.
O ato público, segundo Alexandre Falqueti, não é simplesmente uma manifestação contra o anúncio do Governo de importar seis mil médicos de Cuba para atender as populações das periferias das grandes cidades e nas regiões mais remotas do país. "Nosso objetivo é o fortalecimento do Revalida, como meio de aferir conhecimentos e a capacidade desses profissionais para atender a população, inclusive na questão do idioma", afirma o presidente da Uram. Ele acrescenta ainda que flexibilizar ou dispensar o Revalida para médicos estrangeiros seria um contra-senso e uma discriminação com os brasileiros que se formam no exterior e que só podem trabalhar no Brasil depois de passar pela prova.
A concentração para o ato público começa a partir das 7h nas imediações da Praça Getúlio Vargas. A partir das 8h começa efetivamente a manifestação, com faixas, cartazes e discursos.
Além dos acadêmicos de medicina das três faculdades de Porto Velho -duas particulares e a Universidade Federal de Rondônia -estudantes da única faculdade de medicina instalada no interior do Estado devem participar da manifestação.
Santa Catarina
O dia 25 de maio (sábado) foi marcado pelo protesto de estudantes de medicina de todo o país contra a contratação de médicos estrangeiros no Brasil sem passar pelo exame Revalida. Em Santa Catarina centenas de estudantes saíram às ruas em várias regiões do Estado no movimento denominado "Revalida Sim!".
Em Criciúma, os estudantes fizeram uma passeata do Parque das Nações até a praça Nereu Ramos. Eles recolheram assinaturas da população para que uma lei de iniciativa popular exigindo o exame seja criada. Para isso são necessárias 1,4 milhões de assinaturas.
Em Joaçaba , os estudantes da UNOESC com o apoio do SIMESC confeccionaram camisetas e uniformizados mostraram a indignação em frente a prefeitura. O secretário do Sindicato dos Médicos Regional Joaçaba, Ramiro Solla Camina, também participou do evento.
Em Tubarão aproximadamente 150 estudantes se concentraram na principal praça da cidade. Unidos eles pediram a exigência do exame Revalida para a contratação de médicos estrangeiros no Brasil. O conselheiro fiscal do SIMESC Eduardo Collares marcou presença no movimento.
Estudantes da Grande Florianópolis se concentraram em frente à Catedral Metropolitana. Nas cidades de Balneário Camburiú e Chapecó também houve protestos.
O SIMESC apoia a luta dos estudantes e juntamente com o Conselho Superior das Entidades Médicas emitiu uma nota repudiando a decisão do governo de suspender o Revalida para estrangeiros. "O problema não é a falta de médicos e sim a má distribuição dos profissionais pelo país e principalmente a má valorização daqueles que trabalham no interior. Falta estrutura nas unidades de saúde e isso não é atrativo para o profissional", afirmou a diretora de apoio ao Graduando do SIMESC, Sônia Bristot.
São Paulo
No último sábado, 25 de maio, mais de mil médicos e estudantes de medicina tomaram as ruas do centro de São Paulo em protesto contra a intenção do governo federal de importar 6 mil médicos estrangeiros para regiões carentes do país sem a revalidação de seus diplomas.
O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) discorda da opinião do governo de que faltam médicos no País. Há no Brasil uma média de um médico para cada 500 habitantes. Trata-se de um número satisfatório, comparado à média dos países de primeiro mundo, que é equivalente a cerca de um médico para cada 400 pessoas. O problema está na falta de financiamento para a saúde, ausência de insumos, aparelhos, recursos humanos e na má distribuição desses profissionais e isso acontece por não haver incentivo para atuarem nos locais mais distantes.
"O Sistema Único de Saúde (SUS) atende 150 milhões de pessoas e possui menos de 50% do orçamento destinado à saúde no país. Em contrapartida, a saúde suplementar (planos e operadoras de saúde) atende apenas cerca de 50 milhões de pessoas e possui um orçamento maior que o da saúde pública. É nítido que algo está errado nessa conta", explica o diretor do Simesp, Otelo Chino Junior.
As entidades médicas defendem que todo médico formado fora do Brasil deve se submeter ao Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida), além da necessidade, para os estrangeiros, de aplicação de prova de suficiência em língua portuguesa.
Fonte: FENAM / Sindicatos Médicos
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