quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Profissionais alegam que metas diárias de perícias estariam comprometendo qualidade do trabalho.

A falta de médicos peritos está afetando a qualidade e a eficácia dos atendimentos nas agências da Previdência Social em diversas regiões do País. No Paraná, as perícias estão sendo agendadas entre 60 e 90 dias.

Enquanto a Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP) afirma que o número de funcionários não atende à demanda, a Previdência Social acusa os próprios peritos de fazer uma “operação padrão”.

Segundo a assessoria de imprensa da Previdência Social em Curitiba, parte dos peritos teria aderido à operação padrão em protesto por melhorias das condições de trabalho. Segundo o órgão, a medida teria agravado a situação do atendimento, considerado precário por conta do número insuficiente de profissionais.

A ANMP, contudo, nega a existência de uma operação padrão. Para a associação, que há dois meses iniciou o Movimento pela Autonomia e Excelência do Ato Médico Pericial, há um déficit de cerca de mil peritos no País.

No Paraná, esse déficit seria de 150 médicos. De acordo com o presidente da Associação de Médicos Peritos do Paraná, Chil Zunsvern, em Curitiba deveria haver 180 peritos. No entanto, o número não passa de 70.

Segundo Zunsvern, além de o número de profissionais ser insuficiente, o órgão tem exigido uma cota de perícias diárias, o que estaria comprometendo as condições de trabalho dos peritos.

Ele revela que a Previdência teria enviado memorandos estabelecendo uma meta de 24 atendimentos por dia, o que, para uma carga horária de 40 horas, restringiria o tempo de avaliação em 20 minutos.

“O perito não está montando um veículo. Uma avaliação pode demorar de dez a 40 minutos. Tudo depende da complexidade da situação clínica de cada contribuinte”, diz.

Fonte: O Estado do Paraná.

Nenhum comentário:

Postar um comentário