sexta-feira, 12 de março de 2010

Médicos alertam para importância do diagnóstico precoce de doenças renais

Uma série de atividades de conscientização, promovidas pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) em diversas cidades brasileiras, marca hoje (11) o Dia Mundial do Rim. O objetivo é chamar a atenção da população para a necessidade de se prevenir as doenças renais.

No Rio de Janeiro, durante toda a tarde, médicos e voluntários vão distribuir aos frequentadores da Feira de São Cristóvão, na zona norte da cidade, folhetos explicativos e histórias em quadrinhos com esclarecimentos sobre os exames que podem detectar precocemente qualquer tipo de alteração no órgão, responsável pela filtragem do sangue.

Dados da entidade revelam que pelo menos um em cada onze brasileiros apresenta algum grau de doença renal e 90% dos pacientes não sabem que estão doentes, porque os sintomas só aparecem quando o rim já perdeu 50% da função. Nos últimos oito anos, segundo levantamento da SBN, os casos de pacientes no país que precisam de diálise aumentaram em 84%.

De acordo com o presidente da entidade, Emmanuel Burdmann, o diagnóstico precoce pode evitar que a doença evolua, exigindo tratamentos mais caros e complicados, como diálises e transplantes.

“É uma doença que evolui lentamente e o diagnóstico é bastante simples. Basta que o paciente, principalmente os que têm diabetes ou hipertensão, que são mais sujeitos a complicações renais, realizem pelo menos uma vez por ano exame de urina e de creatinina”, afirmou.

Para Burdmann, é preciso haver mais investimentos do governo principalmente na área da prevenção. Segundo ele, cerca de 95 mil pessoas dependem de diálise para sobreviver no Brasil, e esse número tem aumento de 10% a cada ano.

É o caso da advogada carioca Edinéia Bastos, que há nove anos faz o tratamento em uma clínica conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ela, o ideal é mesmo evitar que o caso evolua, já que o tratamento é bastante doloroso e tem uma série de efeitos colaterais.

“É muito cansativo, as agulhas são um pouco grossas e machucam. Outro problema é que a diálise, além de tirar as toxinas do sangue, acaba retirando também elementos importantes, como ferro e cálcio. O corpo sente, fica debilitado e é preciso fazer reposição”, afirmou ela, que orienta as filhas a realizarem anualmente os exames necessários para detectar o surgimento de alguma alteração semelhante à sua.

O Ministério da Saúde informou que, de 2000 a 2008, aumentou em 150% o volume de investimentos no setor, que no período passaram de R$ 600 milhões para R$ 1,5 bilhão. Além disso, segundo a pasta, existem no país 862 prestadores de saúde ligados ao SUS que oferecem tratamento a pacientes renais, como os serviços de diálise.

Fonte: Agência Brasil

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