segunda-feira, 24 de maio de 2010

Brasil obtém vitória na defesa de genéricos na Assembléia Mundial de Saúde

Após uma semana de tensos debates, foi aprovada na 63º Assembléia Mundial de Saúde uma decisão dos estados-membros que estabelece um grupo que discutirá os mecanismos que permitirão lutar contra os medicamentos falsificados sem que haja qualquer confusão com os medicamentos genéricos. O Ministério da Saúde e o Itamaraty lideraram a negociação, que teve como base o texto de resolução proposto pela Unasul (União das Nações Sul-Americanas). A iniciativa é um passo significativo para a proteção da circulação de genéricos no mundo, que vinham tendo crescentes apreensões na Europa, quando rumavam para países em desenvolvimento.

Os países conseguiram, assim, reverter o processo iniciado na OMS (Organização Mundial de Saúde) de misturar discussões de medicamentos “contrafeitos” (onde se questiona marca e patente) e de medicamentos falsos (produzidos sem obediência às regras sanitárias). Se a discussão evoluísse nesses moldes atuais, os genéricos poderiam ter a sua circulação inibida. Na última semana, o Brasil e a Índia entraram com um questionamento na Organização Mundial do Comércio (OMC) para discutir a legalidade de apreensão dos medicamentos genéricos em portos da Europa. A alegação dos europeus é de que os produtos podem ser falsos por fraude a propriedade intelectual, mas as autoridades brasileiras entendem que há uma pressão comercial sobre a ação.

A partir de agora, com esta decisão, haverá um grupo de estados-membros que deve acompanhar e orientar o trabalho da Organização Mundial de Saúde sobre esse tema. Definirá, por exemplo, se o organismo internacional deve abandonar a discussão sobre medicamentos “contrafeitos”, tema que afeta somente as empresas, e manter-se exclusivamente no tema de falsificação, que atinge diretamente a saúde da população. Ressalta-se que a falsificação pode atingir tanto medicamentos de marca quanto os genéricos, pois não passam pelos rigores sanitários necessários para a sua circulação.

Matéria completa no Portal da Saúde do Ministério da Saúde.

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