O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, quer que a proposta de carreira para o Sistema Único de Saúde (SUS) esteja concluída até dezembro. Em abertura oficial dos trabalhos da Comissão Especial destinada para debater o assunto, o ministro informou que pretende entregar o resultado no primeiro dia de mandato do novo presidente da República. "Contribuiremos para o aperfeiçoamento da saúde na próxima gestão", disse.
A reunião foi realizada nesta quarta-feira (15), em Brasília. Anteriormente, o grupo havia participado de um encontro, com a participação dos representantes dos Conselhos Federais de Medicina (CFM), de Enfermagem (Cofen) e de Odontologia (CFO), além dos Conselhos Nacionais dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
As entidades médicas esperam que essas diretrizes para criação da carreira do médico no SUS gerem resultados sólidos para trabalho médico e a assistência à saúde no país. "Esperamos que a proposta de carreira federal de médico do SUS seja efetivamente implementada e que as intenções se transformem em realidade", disse o 2º vice-presidente do CFM, Aloísio Tibiriçá Miranda.
Dados - De acordo com levantamento do Ministério, dos 5.564 municípios brasileiros, 1.280 (23%) têm escassez de médicos na atenção primária. Destes, 783 estariam com situação precária (municípios que apresentam relação de 1 médico por 3.000 habitantes).
Para o secretário da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde, Francisco Eduardo de Campos, os profissionais não se sentem atraidos pelas ofertas de trabalho no interior ou periferias urbanas. As dificuldades não se limitam as questões financeiras, mas envolvem aspectos relacionados à exposição violência, a formação tecnológica-dependente, o desaparelhamento de Unidades de Saúde, assim como preocupação com a educação de filhos e acesso a bens e serviços.
As próximas reuniões estão agendadas para os dias 5 e 6 de outubro.
Fonte : Imprensa CFM
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