sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Funcionários do Samu de Londrina aprovam greve

Paralisação em 48 horas é motivada por atraso no pagamento de salários e benefícios

Funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), contratados pelo Centro Integrado de Apoio Profissional (Ciap), aprovaram indicativo de greve, ontem, em razão do atraso no pagamento dos salários referentes a outubro. De acordo com o presidente interino do SinSaúde, Wellington Xavier de Castro, os trabalhadores param os serviços em 48 horas. “Já entregamos o comunicado na Prefeitura e no Ministério do Trabalho. O problema ocorre há vários meses e ninguém resolve nada. A administração municipal demorou demais para resolver a situação”, afirmou.

Se ocorrer a paralisação, apenas 30% dos funcionários do Samu continuarão trabalhando, de acordo com o sindicalista.

Também ontem, um grupo de 50 funcionários do Programa Saúde da Família (PSF) e Endemias protestou em frente ao prédio da Prefeitura pelo atraso no pagamento dos salários e dos benefícios.

Segundo a delegada regional do Sindicato dos Agentes de Saúde do Paraná, Márcia Kitano, os trabalhadores não “conseguem mais trabalhar sem receber”. O maior problema para ela é a falta de informações. “A sede do Ciap está fechada, não conseguimos falar com ninguém. Não se encontra o interventor da entidade. Isso é um absurdo”, desabafou. O Ciap, que mantinha contratos com o Município na área da Saúde - Samu, PSF, Endemias e Policlínica - é suspeito de desviar R$ 300 milhões em recursos públicos e que está sob investigação federal.

Márcia questionou também o fato de os trabalhadores não terem assinado a prorrogação do aviso prévio. No final de outubro, o prefeito Barbosa Neto (PDT) anunciou a ampliação do aviso prévio até o dia 3 de dezembro. “Os profissionais estão trabalhando sem nenhuma garantia”, destacou.

Prefeitura

O subprocurador do Município de Londrina, Cláudio Moreno, informou que o problema não está na Prefeitura. “Já informamos a vereadora Sandra Graça e o Ministério Público do Trabalho”, disse. Este mês ainda não foi feito o repasse porque a nota de serviço não foi entregue pelo Ciap, mas mesmo que isso tivesse acontecido, a entidade não teria como repassar os valores aos funcionários, já que o interventor federal foi impedido pela Justiça de realizar os pagamentos.

“A juíza que estava cuidando do caso deixou o processo, pois o Ciap requereu uma exceção de suspeição”, disse. Isso significa que a juíza teria sido declarada suspeita no processo – ainda não se sabe o motivo da suspeição - o que será avaliado e decidido pelo Tribunal Regional Federal (TRF) de Porto Alegre, para onde o processo foi encaminhado.

Fonte: Jornal de Londrina

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