terça-feira, 13 de setembro de 2011

Casos simples pioram consulta em postos 24 h, diz Simepar

Matéria do Jornal Gazeta do Povo.

Sindicato dos Médicos diz que atendimentos que não se enquadram como urgência ou emergência prejudicam quem precisa de consulta em CMUM

Os Centros Municipais de Urgên­cias Médicas de Curitiba (CMUM) foram criados para atender casos de emergência, mas a maioria dos pacientes que são atendidos nas unidades 24 horas poderia ser recebida pelos postos de saúde. A afirmação é de Cláudia Paola Aguilar, diretora do Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar).

Segundo alguns médicos que atendem em CMUMs e que não quiseram revelar seus nomes, os centros estão sobrecarregados de pacientes que deveriam ser atendidos nas unidades básicas. Segundo eles, os cidadãos têm preferido aguardar horas nos centros a terem de esperar meses por uma consulta a partir do posto de saúde, mesmo guiados por motivações simples como conseguir um atestado ou renovar a receita de um medicamento.

Para fazer a triagem dos pacientes que chegam aos CMUMs, a prefeitura instalou o Protocolo de Manchester, que identifica aqueles que têm prioridade por meio de uma pulseira colorida. Segundo a diretora do Simepar, Cláudia Aguilar, uma cor que não existe em outros países onde o protocolo funciona foi instituída em Curitiba: a cor branca. “Os pacientes identificados com essa cor são de consultas eletivas, como renovação de receitas, atendimentos que deveriam ser realizados em postos de saúde”, diz ela.

Segundo os médicos, alguns pacientes buscam a emergência por antecipação. “O paciente perde a esperança de ser atendido no posto de saúde e nas outras vezes decide ir direto para o centro de emergência”, diz Francisco. “Dos pacientes que recebem a pulseira branca, a maioria quer atestado ou trocar receita, algum remédio para dor de cabeça”, diz o médico do CMUM do Pinheirinho, José*.

Atendimento

Com esse incremento de pacientes, o número de atendimentos por médico aumenta e os pacientes que necessitam realmente de cuidados emergenciais acabam não recebendo a atenção necessária. “Quando aparece uma urgência de verdade, o médico está de certo modo abatido, até porque há uma solicitação de que a gente atenda 24 pacientes por turno”, diz o médico Francisco*, que trabalha em um centro de urgência. Nesta média, cada consulta levaria 10 minutos. “Não dá para atender como linha de produção. Cada consulta causa um desgaste físico e emocional e requer certo tempo para que se consiga atender proveitosamente o próximo”, diz.

O também médico Gabriel*, que trabalha no Centro de Ur­­gên­cia do Cajuru, afirma que há co­­brança para que os médicos atendam mais pessoas e que eles so­­­frem represálias. “Para atender essa demanda, aceleramos a consulta”, diz. Segundo Gabriel, um dos problemas é que faltam médicos, já que o salário não é atrativo.

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