segunda-feira, 12 de setembro de 2011

PARALISAÇÃO DE 21 DE SETEMBRO: Movimento ganha força e pretende atingir planos de saúde em todo o país

Os médicos estão insatisfeitos com o descaso das operadoras nas negociações sobre reajustes de honorários e com as interferências das empresas na autonomia dos profissionais.


Os médicos darão cartão vermelho contra os abusos cometidos pelas operadoras, como falta de reajustes de honorários ou a interferência na autonomia dos profissionais. O movimento quer chamar a atenção da sociedade para os excessos praticados pelas empresas que penalizam os profissionais e, sobretudo, os pacientes. Entre os problemas relacionados pelas entidades médicas aparecem a negativa em negociar a revisão dos honorários médicos, a oferta de percentuais irrisórios ou a manutenção de medidas que interferem no atendimento dos pacientes.

“É oportuno que não se misture a insatisfação no atendimento aos planos de saúde com o atendimento prestado aos pacientes, que merecem de fato toda nossa consideração, respeito e acolhida e devem ser bem atendidos com a presteza necessária, ética suficiente e técnica adequada às suas necessidades. No entanto, as operadoras interferem de maneira muito nociva na autonomia dos profissionais, impedindo, dificultando procedimentos, alterando outros, praticando preços exorbitantes de mensalidades e impondo sérias dificuldades no relacionamento com o trabalho médico”, disse o presidente da Federação Nacional dos Médicos, Cid Carvalhaes.

A paralisação é um desdobramento direto do ato de 7 de abril, quando houve mobilização nacional dos médicos contra os problemas observados na saúde suplementar. A decisão do formato da paralisação será feita pelas entidades médicas estaduais. Em alguns Estados, a paralisação será feita apenas contra alguns planos, cujos nomes serão divulgados previamente aos médicos e à sociedade. No entanto, em outros há a intenção de suspender o atendimento de forma generalizada por conta de especificidades locais.

Em Brasília, representantes de conselhos de medicina, de sindicatos médicos, e de associações e sociedades de especialidades definiram os últimos detalhes para o movimento. “O movimento, sem dúvida, tem mostrado grandes avanços e vem discutindo a política de saúde de uma maneira muito responsável, objetiva e bem direcionada, com um alvo que é comum a todos, que é a perseguição de uma qualidade assistencial robusta, consistente e com condições de resolver a demanda das doenças dos nossos pacientes,” destacou Carvalhaes.

Na véspera da paralisação (20 de setembro), os médicos concederão coletiva de imprensa para expor as reivindicações da categoria. As entidades também solicitarão uma audiência com o ministro Alexandre Padilha.

A categoria exige das operadoras a revisão dos valores pagos por consultas e outros serviços, tendo como parâmetro e referência a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) e celebração de contratos coletivos de trabalho, com regras definidas de admissão e descredenciamento. Também cobram o fim da interferência antiética das operadoras na autonomia do profissional. No entanto, a reorganização da própria assistência suplementar também está na pauta dos profissionais.

Fonte: FENAM

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