quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Setor privado tem 4 vezes mais médicos que SUS

Matéria do Jornal Gazeta do Povo.

Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) têm quatro vezes menos médicos do que o setor privado, revela levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). O trabalho mostra que para cada 1 mil usuários de planos de saúde no país há 7,6 postos de médicos ocupados. O índice cai para 1,95 quando se faz a relação entre postos ocupados e população dependente do SUS.

As desigualdades são encontradas em todas as regiões. Nos serviços públicos do Nordeste, por exemplo, há 1,42 posto de trabalho médico preenchido por cada 1 mil habitantes. Bem menos do que os 9,62 por mil encontrados nos serviços privados. A maior diferença é constatada na Bahia. Um cidadão com plano de saúde tem 12 vezes mais médicos do que aqueles que dependem apenas do Sistema Único de Saúde. O Rio, por sua vez, exibe a menor desproporção: 1,63 mais médicos na rede particular do que na pública.

“Os números mostram que o problema não está na quantidade de médicos, mas na distribuição inadequada”, afirma o vice-presidente do CFM, Aluísio Tibiriçá. O coordenador do trabalho, o pesquisador Mário Scheffer, destaca que em algumas regiões do país a relação de médicos e pacientes é menor do que registrada em países africanos e, em outros, superior a de países da União Europeia. “É preciso haver uma política para fixar profissionais nas regiões”, avalia.

Na avaliação de Scheffer, a relação entre profissionais de saúde e população é muito menos importante do que a de postos de saúde disponíveis. Para ele, esse método pode ser útil para um diagnóstico preliminar, mas deixa muito a desejar quando se leva em conta as disparidades. As afirmações foram feitas justamente na data da publicação de resolução do Conselho Nacional de Saúde em que se recomenda a realização de estudos para determinar o número de médicos especialistas necessários para atender a população.

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