quarta-feira, 26 de setembro de 2012

40% do esgoto na Estação Belém não é tratado, diz PF

Matéria do Jornal Gazeta do Povo

Cerca de 40% do esgoto que chega à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Belém, em Curitiba, não recebe tratamento algum e é despejado “in natura” no Rio Iguaçu. A informação é do delegado Rubens Lopes da Silva, responsável pela investigação da Polícia Federal que acusa a Sanepar de ser o maior agente poluidor do principal rio do Paraná. Ontem, policiais federais e técnicos do Ibama voltaram a vistoriar a ETE em prosseguimento às ações da Operação Água Grande.

Durante a vistoria, um caminhão limpa-fossa que estava despejando esgoto em um manancial às margens da Avenida Marechal Floriano Peixoto, que dá acesso à estação, foi apreendido pela PF. O condutor do veículo, um ajudante e o dono da empresa foram detidos em flagrante. Na última quinta-feira, quando a operação foi desencadeada, outros seis motoristas já haviam sido presos pelo mesmo motivo.

Projetada para tratar o esgoto de 500 mil habitantes, a ETE Belém é uma das maiores entre as 225 estações espalhadas pelo estado. O delegado da PF afirma que, apesar da estrutura operar acima da capacidade, o despejo de esgoto não tratado no rio pode ser observado a “olhos vistos”. Novas amostras devem ser coletadas, conforme a PF, para apurar a qualidade do tratamento que é feito nos 60% de esgoto restantes.

“A operação não acabou ainda. Vamos trabalhar de forma permanente e monitorar o tratamento nas estações. Chegamos a cogitar a interdição da estação, mas temos que dar um tempo minimamente razoável para a empresa mostrar que pretende se adequar”, afirma Lopes.

Segundo o superintendente do Ibama no Paraná, Jorge Augusto Callado Afon­so, um dos objetivos da vistoria de ontem foi verificar o estado da rampa pelo qual os caminhões-fossa têm acesso à estação. Segundo Afonso, a rampa teria sido feita de forma inadequada, com risco de os dejetos serem lançados no rio. Ela está parcialmente demolida e uma nova passagem já está sendo construída.

Na última quinta-feira, a Sanepar foi multada em R$ 38 milhões pelo Ibama, com base em amostras de água e esgoto colhidas entre 2011 e 2012, que comprovariam as irregularidades no tratamento denunciadas pela Operação Água Grande. Trinta pessoas da cúpula da empresa foram indiciadas pela PF por crimes ambientais e outros delitos, como estelionato.

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