Matéria do Jornal Gazeta do Povo
Utilizados, em teoria, para barrar os sintomas de doenças e trazer alívio físico e psicológico, parte dos medicamentos em circulação no país pode representar um grave – e às vezes ignorado – risco à saúde. Somente no último ano, o número de remédios falsificados apreendidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aumentou 12 vezes em relação a 2010: foram 850 mil unidades flagradas na mão de ambulantes, lojas e até farmácias.
O balanço, que ainda é preliminar e deve ser oficializado nos próximos meses em um relatório oficial do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), leva em conta somente as operações coordenadas pela Anvisa. Porém, o crescimento do mercado informal de medicamentos, que conta também com produtos contrabandeados, roubados e de venda proibida no Brasil, é corroborado pelas estatísticas de outros órgãos de segurança, como a Receita Federal. Ano passado, fiscais apreenderam nas aduanas brasileiras R$ 14,7 milhões em remédios – um crescimento de 133,5% en comparação com 2010.
Já os registros da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontaram,
somente no primeiro semestre deste ano, 456,4 mil unidades apreendidas
de medicamentos contrabandeados ou roubados – 85,5 mil somente no
Paraná. Ano passado, inclusive, o estado respondeu por 63% do total
apreendido pela PRF em todo o país. “Praticamente 99% das apreensões são
feitas em fiscalizações de rotina, principalmente em ônibus de linha. É
comum encontrar os comprimidos junto às roupas dos passageiros, dentro
de mochilas e até na sola de sapatos”, relata o inspetor da PRF no
Paraná, Wilson Martines.
Apesar de efetiva, a ação dos órgãos de fiscalização pode estar
mascarando as estatísticas de remédios falsificados que entram no
Brasil. O chefe do posto da Anvisa em Foz do Iguaçu, José Rodrigues de
Matos, reconhece que não há números concretos sobre a presença desses
remédios no Paraná ou no país. Isso porque os produtos contrabandeados
não chegam, na grande maioria dos casos, a ser analisados. Como são
fruto de comércio irregular, são encaminhados para destruição sem que
seja feito um teste para avaliar se poderiam ser usados.
Continue lendo no Portal da Gazeta do Povo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário