sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Tendência de aumento de casos de gripe A exige antecipar vacinação no sul em 2013

Alerta das entidades médicas foi feito em agosto e reforçado agora pelos gestores, que temem omissão como este ano. Ministério da Saúde não se manifestou ainda.

Os Conselhos de Medicina do Paraná e do Rio Grande do Sul, juntamente com suas Associações Médicas, encaminharam ofício ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no início de agosto, com informações e considerações relacionadas ao número de casos de Influenza A (H1N1) em 2012 e, ainda, solicitando a antecipação e universalização da vacinação. A fundamentação central para esse pedido é o clima. Há mais incidência de frio no sul do que nas demais regiões. Logo, as pessoas que residem nessa região são muito mais suscetíveis a influenza e a doenças respiratórias, comprovadamente. Ainda, a maior preocupação das entidades é com a tendência de aumento de casos em 2013.

Reforçando a solicitação da classe médica, na última quinta-feira, 22, o secretário de saúde do Paraná, Michele Caputo Neto, também entregou ao secretário de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, um documento formal com as reivindicações dos três estados do sul para o enfrentamento da gripe A em 2013. O documento também propõe a antecipação da vacinação para a primeira semana de abril de 2013, pois as temperaturas diminuem antes mesmo do início do inverno região sul. Para especialistas, o ideal é a campanha de vacinação iniciar entre o final de março e início de abril do ano que vem, no máximo.

De acordo com o médico infectologista Alceu Fontana Pacheco Júnior, coordenador da Câmara Técnica de Infectologia do CRM-PR, neste ano já houve um crescimento preocupante. “Caso as medidas preventivas não sejam tomadas a tempo, a tendência para um aumento ainda maior de casos em 2013 é grande. Em 2012 houve um aumento considerável das incidências de gripe. Após a grande epidemia de 2009 e 2010, houve uma queda dos casos em 2011, pois as pessoas já estavam vacinadas e muitas já tinham ficado doentes, por isso o número reduziu bastante. Mas, essas pessoas também estão vulneráveis agora”, afirmou.

No mesmo ofício enviado ao Ministério da Saúde, as entidades citam o monitoramento das Doenças Respiratórias Agudas, que revela o aumento da incidência dos casos da gripe H1N1 e a elevação do número de óbitos na região sul neste ano. Os três estados concentram 51,4% dos casos (2.966 pessoas afetadas) do país e 51 óbitos pela Influenza A, sendo que grande parte deles ocorreu fora dos grupos priorizados para vacina de Influenza pelo Ministério da Saúde.

Com base nos dados apresentados no ofício, as entidades requereram ao Ministério da Saúde a revisão da política de imunização contra influenza para os Estados do Sul, promovendo uma vacinação antecipada e universal; e possibilidade do envolvimento de profissionais destes estados, atuantes e experientes no combate a esta doença, nas discussões de estratégias de imunização contra influenza propostas pelo Ministério.

O mesmo pedido foi feito em 2011, porém não foi atendido. “Alertamos os órgãos responsáveis, no ano passado, de que era necessário antecipar a vacinação também em 2012, além de realizar a imunização universal. Porém, a vacinação só começou em maio deste ano, o que para o sul já é tarde, pois o frio já chegou nessa época. Além disso, somente os grupos de risco foram incluídos na campanha. Precisamos de uma vacinação universal no sul, pois a incidência de óbito é maior entre os jovens e não nos grupos de risco”, ponderou Alceu Fontana Pacheco. O Ministério da Saúde ainda não se manifestou sobre o pedido, o que, para as entidades médicas, exige uma maior mobilização de toda sociedade.

Fonte: CRM PR

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