sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Prevenção ao suicídio: CFM coloca tema em debate com a sociedade

Na próxima quarta-feira (3), em Brasília, o Conselho Federal de Medicina (CFM) promove o debate: Suicídio, é possível 
prevenir? Um olhar da sociedade. O filme ELENA – da diretora brasileira Petra Costa – será base para o debate e a 
participação da plateia, com perguntas, depoimentos e comentários, deverá 
ampliar a discussão.​ A expectativa é receber 150 participantes entre médicos, psicólogos, antropólogos, estudantes​ e 
interessados no assunto.

Segundo o presidente do CFM, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, o suicídio é um problema de saúde pública que pode 
ser evitado ou reduzido em suas dimensões. “Precisamos de uma sociedade engajada na defesa pela vida 
e gestores comprometidos com políticas públicas que realmente transformem esse cenário”, defendeu.

Para ele, quebrar o tabu do tema salvará muitas vidas. “Estudos e investimentos são essenciais para prevenir 
ocorrência deste ato. Mais do que isso, queremos trabalhar unidos e saber a opinião da sociedade sobre o tema”.

A mesa debatedora será constituída por profissionais de diferentes formações, com a finalidade de enriquecer o assunto. 
Além do presidente do CFM, estão confirmados: Emmanuel Fortes Cavalcanti, psiquiatra, diretor do CFM e membro da 
Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP); Ricardo Rezende, antropólogo e professor da Universidade Federal do Rio 
de Janeiro (UFRJ); e Robert Gellert Paris Júnior, membro do Conselho Diretor do Centro de Valorização à Vida (CVV). 

ENTREVISTA
 
Uma história de suicídio é tratada de forma sutil e artística para recontar a trajetória de Elena Andrade, 

uma atriz no início de carreira, que foi tentar a sorte nos Estados Unidos. Petra, a caçula que admirava a 
irmã, tinha sete anos quando a mudança aconteceu. O documentário conta não só a vida e morte de Elena, 
mas também os desafios da família ao lidar com a perda e com o “suicídio”. Leia abaixo entrevista exclusiva 
da diretora Petra Costa: 

O que pautou a sua decisão de fazer um filme que toca num assunto tabu?
Petra Costa - Tive o desejo de fazer esse filme aos 17 anos, quando encontrei os diários de Elena pela primeira 
vez. Tive uma forte identificação com o que estava escrito neles e percebi que as dúvidas e angústias 
da minha irmã eram parecidas com as minhas e com as de tantas outras meninas que estão na idade de 
se tornar mulher. Na época, fiz uma cena no teatro que misturava trechos dos diários da Elena com os do meu. 
Foi aí que percebi a vocação dramatúrgica dessa história, dessa confusão de identidades. Dez anos depois, quando 
essas questões já estavam resolvidas para mim – através de terapia – resolvi fazer o filme e abordar o assunto 
do suicídio de frente, pois acreditava que esse era o melhor caminho.

De que maneira conversar sobre o assunto ajuda?
​PC: ​Informar é sempre o melhor caminho. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que em 

países nos quais se investiu em prevenção – e isso inclui tratar o assunto de maneira aberta, com campanhas 
de esclarecimento, o número de mortes caiu. Em 1990, quando a Elena morreu, pouco se sabia sobre depressão, 
bipolaridade e suicídio. A desinformação levou à tragédia. Logo após a morte de Elena, minha mãe procurou pessoas 
próximas de alguém que havia se matado, mas ninguém quis conversar com ela. Eu mesma demorei a encontrar um 
grupo para falar sobre o assunto. Isso só aconteceu quando eu tinha 27 anos. Só então pude compartilhar a minha dor.

Como você vê a realização do Conselho Federal de Medicina em pautar o tema tendo como base o filme Elena?
PC - Vejo com muita alegria. Houve até quem usou o termo “filmoterapia” para definir Elena. Eu acredito no uso social 

da arte. Foi ela que transformou a minha dor, me deu uma compreensão maior sobre tudo o que aconteceu. E a arte 
pode ser um estímulo para abordagem e discussão de temas socialmente delicados como o suicídio. O que o filme faz 
é transportar um assunto privado para o espaço público a fim de fomentar o diálogo. Cada vez que uma instituição 
não ligada diretamente ao cinema, como o Conselho Federal de Medicina, por exemplo, escolhe Elena para esse fim, 
sinto que meu desejo se realizou. 

PROGRAMAÇÃO:

Debate “Suicídio, é possível prevenir? Um olhar da sociedade”

14h – Credenciamento
14h30 – Abertura da mesa de debate
Mediador​:​ Ricardo Paiva – Membro da Comissão de Ações Sociais do CFM
 
Debatedores:
Carlos Vital – presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) Emmanuel Fortes Cavalcanti - psiquiatra, diretor do CFM e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)
Ricardo Rezende - antropólogo e professor de Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Robert Gellert Paris Júnior - membro do Conselho Diretor do Centro de Valorização à Vida (CVV) 
15h- Apresentação do filme Elena, de Petra Costa
 
16h15 – Debate
 
18h - Encerramento

  
SERVIÇO
 
“Su​i​cídio, é possível prevenir? Um olhar da sociedade”

Debate sobre o filme Elena, de Petra Costa (exibição no evento)
Dia: 3 de dezembro de 2014
Horário: das 14 às 18h
Local: Auditório do CFM - SGAS 915 lote 72. Brasília-DF
Público-alvo: Médicos, estudantes, psicólogos, sociólogos, antropólogos e sociedade
Realização: Conselho Federal de Medicina (CFM)
Informações:  acoessociais@portalmedico.org.
br 

Fonte: CFM

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