sábado, 31 de janeiro de 2015

Campanha pretende intensificar combate à dengue em imóveis fechados

Foto:SESA/PR
O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, participou na quinta-feira (29), em Curitiba, do lançamento da campanha “Dengue Não” da imobiliária paranaense Apolar. A iniciativa, que tem o apoio do Governo do Estado, vai incorporar ações de combate à dengue ao trabalho de vistoria técnica de imóveis cadastrados na empresa para venda e locação.

Atualmente no Paraná, uma em cada dez casas visitadas pelas equipes de saúde não pode ser vistoriada devido à recusa ou ausência do morador. Grande parte disso se deve a casas abandonadas ou fechadas a espera de locação e venda, o que impossibilita a eliminação de potenciais criadouros do mosquito da dengue.

De acordo com Caputo Neto, a campanha está alinhada às estratégias adotadas pelo Governo do Paraná para diminuir os índices de infestação do mosquito transmissor. “Sabemos que cerca de 90% dos criadouros do Aedes aegypti são encontrados dentro das casas e quintais. Por isso, cada um deve fazer sua parte e manter seus imóveis livres de focos de dengue”, destacou.

Para o secretário, o apoio da iniciativa privada é essencial para que novas cidades não entrem em situação de epidemia no Paraná. “Vivemos um momento crítico em diversas regiões. As condições climáticas estão favoráveis para o avanço da doença e, por isso, toda ajuda é bem vinda”, afirmou.

CAMPANHA - Segundo o presidente do Conselho Administrativo da Apolar, Joseph Galiano, devem participar da campanha mais de 700 colaboradores da empresa, que tem 90 unidades nos Estados do Paraná e Santa Catarina. Os corretores e angariadores de imóveis da empresa vão seguir um roteiro de vistoria da dengue, elaborado em parceria com a Secretaria da Saúde, para verificar se o imóvel tem algum potencial criadouro do mosquito. 

“O objetivo foi criar uma campanha que agisse diretamente na solução do problema. Por isso, se for constatada a presença de algum foco no imóvel, o proprietário será orientado imediatamente para proceder à limpeza do local”, ressaltou o coordenador de marketing da Apolar, Rhuan Cristiano Moraes. 

Além do check-list, a mobilização conta ainda com a divulgação de materiais educativos através de redes sociais e palestras sobre prevenção. Após as vistorias, também serão colados adesivos nas placas de venda/aluguel dos imóveis atestando que o local está livre da dengue.

ESTUDO - Nesta quinta-feira (29), a Secretaria Estadual da Saúde também divulgou o resultado de um amplo estudo sobre os locais mais propícios para a proliferação do mosquito da dengue no Paraná. De acordo com o levantamento, 52% dos criadouros encontrados em 2014 foram classificados como lixo pelos agentes de combate a endemias.

O estudo aponta que, no ano passado, as equipes de saúde identificaram cerca de 17,7 mil criadouros em todo o Estado, sendo que 9,3 mil eram materiais para descarte, como copos plásticos, garrafas pet, latas, sacolas e até pneus velhos. Os recipientes expostos em quintais são locais ideais para o acúmulo de água da chuva. Aliado ao clima quente dos últimos meses, esta situação pode ser um perigo devido ao risco de epidemias de dengue.

No ranking de criadouros mais frequentes também estão os depósitos móveis (pratos e vasos de plantas); depósitos de água ao nível do solo (tonéis, bacias e cisternas); depósitos elevados de água (caixas d’água); e depósitos naturais (ocos de tronco de árvore, bromélias e outras plantas).

A coordenadora do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte, ressalta que a principal recomendação é que a população realize inspeções periódicas em suas casas. “Quinze minutos por semana são suficientes para fazer uma varredura em casa e eliminar recipientes que possam acumular água. Além disso, é preciso que as pessoas auxiliem o trabalho do poder público e permitam que os agentes de endemias realizem visitas de rotina”, informou.

Ivana conta que, neste mês, outras três cidades do interior entraram em situação de epidemia. “E esta lista pode aumentar, visto que no mês passado pelo menos 13 municípios estavam com altos índices de infestação do mosquito”, alertou.

NÚMEROS - De acordo com último boletim da dengue, além de Itaúna do Sul e Paranapoema, os municípios de São João do Caiuá, São Pedro do Paraná e Rio Bom também atingiram taxa de incidência superior a 300 casos por 100 mil habitantes, o que os coloca em patamar epidêmico.

De agosto/2014 até agora, 641 casos da doença já foram confirmados no Paraná, sendo 22 pacientes apresentaram quadros clínicos mais graves. Ainda não há registro de mortes causadas pela doença, embora um caso ainda esteja sendo investigado. Trata-se de uma moradora de São João do Caiuá, de 66 anos, que morreu no dia 21 de janeiro, em Paranavaí.

O caso está sendo avaliado pelo comitê de investigação dos óbitos causados por dengue no Paraná. Além dos exames laboratoriais, também é analisado, entre outros fatores, o histórico de saúde e os prontuários do paciente para determinar se a doença foi a principal causa da morte. 

Acesse o boletim completo.


Fonte: SESA/PR

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