quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Imprensa regional publica artigos de conselheiros federais sobre prática de racismo no SUS

O jornal goiano O Popular publicou, na edição do dia 20 de janeiro, o artigo O racismo é do Ministério da Saúde, de autoria do conselheiro federal representante do Estado no Conselho Federal de Medicina (CFM), Salomão Rodrigues Filho e do hematologista e professor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, Rodrigo do Tocantins Calado. Também o artigo do conselheiro federal representante do Estado do Paraná, Donizetti Dimer Giamberardino Filho, foi publicado no início do mês no jornal paranaense Gazeta do Povo. Os textos tratam sobre a campanha do Ministério da Saúde contra o racismo no SUS.
Lançada em novembro do ano passado, a iniciativa buscou envolver usuários do SUS e profissionais de saúde no enfrentamento ao racismo institucional. O tom da campanha recebeu o repúdio do CFM e foi retirada de circulação. À época do lançamento, a autarquia publicou nota em que apontou a necessidade de que fossem considerados os problemas estruturais do SUS, como o financiamento limitado, o fechamento de leitos, a falta de insumos e medicamentos e a ausência de uma política de recursos humanos; temas ignorados pela ação publicitária. “São essas as causas do mau atendimento para a população, não importando questões de gênero, classe social ou etnia”, defende a nota.
O racismo é do Ministério da Saúde – A campanha do governo explorou temas como o sofrimento de brasileiros com doença falciforme, predominante em negros. O artigo publicado na imprensa goiana denunciou a contradição no discurso do Ministério da Saúde. O texto ressalta que a doença pode ser curada por meio do transplante de medula óssea e que o procedimento não é oferecido pelo SUS. Apesar “do benefício claro do transplante para pessoas que sofrem dessa doença, o Ministério da Saúde vem procrastinando essa decisão e não há previsão de quando deverá ser autorizado o tratamento que cura a anemia falciforme para os pacientes”, afirma.
Discriminação racial e a saúde pública - O artigo questiona a “construção de relações de desconfiança e hostilidade entre a população e as equipes de saúde responsáveis por seu bem-estar”, incitada pela campanha do governo. A análise defende a garantia de “adequadas condições de trabalho e atendimento aos cidadãos” e aponta: “mesmo diante da carência de recursos para viabilização das políticas de saúde estabelecidas pelo governo federal, toma-se a decisão política de alocar recursos para a promoção de peças publicitárias que sequer apresentam base estatística para justificar sua veiculação”.
Os artigos publicados na imprensa regional também estão disponíveis no Portal Médico e podem ser acessados nos links acima e abaixo:

Fonte: Portal CFM

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