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Entre
os meses de janeiro e dezembro de 2014, nasceram em Curitiba 24.819 crianças.
Das nascidas em maternidades públicas - 12.586 do total -, 20% com gestantes
menores de 20 anos. Foram 2.511 partos de mães com idade entre 15 e 19 anos e
97 de adolescentes menores de 14 anos. De acordo com os dados preliminares da
Secretaria Municipal da Saúde, em 2015 a situação não será diferente. Na rede
privada, o número de mães adolescentes é de 3,4%.
Para
tentar diminuir a gestação em adolescentes, o Ministério da Saúde, em parceria
com as secretarias estadual e municipal da Saúde, realizou, nesta sexta-feira
(4) em Curitiba, o 5.º Fórum Perinatal da Rede Cegonha. Cerca de 100
profissionais da saúde participaram do encontro, discutindo temas como os
direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e as estratégias adotadas pelo
programa Mãe Curitibana/ Rede Cegonha para redução dos casos da gestação na
adolescência em Curitiba.
“As
famílias e as escolas precisam discutir esses assuntos, mostrar para os
adolescentes o resultado de uma gravidez não planejada. Temos muitos jovens de
12 anos engravidando, por isso além da conversa é preciso pensar em métodos
contraceptivos de longa duração”, explicou o coordenador do Programa Mãe
Curitibana, Wagner Dias. “Se melhorarmos a intervenção na saúde das
adolescentes e usuárias de drogas, os índices de mortalidade materna e infantil
serão comparáveis aos de primeiro mundo”, ressaltou.
Curitiba
foi pioneira no tratamento a vítimas de violência sexual, repassando esse
atendimento para os profissionais da saúde, ao invés do Instituto Médico legal
(IML) e delegacias de polícia. Mas o número de pessoas que procuram esse
atendimento ainda é baixo. Segundo o professor titular de reprodução humana do
Hospital das Clínicas de Curitiba, Rosires Pereira, a estimativa é que apenas
uma em cada 15 vítimas de violência procuram atendimento. “Nossa capital é
referência em muitas coisas, precisamos agora discutir o planejamento familiar,
pensar em métodos de longa duração como o DIU, que é fornecido pelo SUS, para
serem colocados logo após o parto”, defendeu o professor.
A
intenção da Secretaria Municipal da Saúde é de, a partir de 2016, começar a
inserir os contraceptivos de longa duração após o parto. “Nas cesáreas é
possível introduzir o DIU logo após o parto, já nos partos normais o
procedimento é realizado até 48 horas após o nascimento do bebê”, explica Dias.
Rede
Cegonha
A Rede
Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde fundamentada nos princípios da
humanização e assistência, pela qual mulheres, recém-nascidos e crianças têm
direito à ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do
pré-natal; transporte tanto para o pré-natal quanto para o parto; vinculação da
gestante à unidade de referência para assistência ao parto; realização de parto
e nascimento seguros, através de boas práticas de atenção; acompanhante no
parto de livre escolha da gestante; atenção à saúde da criança de 0 a 24 meses com qualidade e
resolutividade; acesso ao planejamento reprodutivo.
“O
Fórum é uma proposta do programa Rede Cegonha e tem como objetivo ser um
dispositivo transformador. É fundamental esta discussão entre os profissionais
da saúde, para que cada um leve ao seu local de trabalho e seja um
multiplicador dessas boas práticas”, disse Regina Tanaka, representante do
Ministério da Saúde.
Fonte:
FEAES
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