terça-feira, 8 de dezembro de 2015

FEAES - Número de mães adolescentes em Curitiba preocupa autoridades de Saúde

        Fórum Perinatal da Rede Cegonha. Foto: Everson Bressan/SMCS
Entre os meses de janeiro e dezembro de 2014, nasceram em Curitiba 24.819 crianças. Das nascidas em maternidades públicas - 12.586 do total -, 20% com gestantes menores de 20 anos. Foram 2.511 partos de mães com idade entre 15 e 19 anos e 97 de adolescentes menores de 14 anos. De acordo com os dados preliminares da Secretaria Municipal da Saúde, em 2015 a situação não será diferente. Na rede privada, o número de mães adolescentes é de 3,4%.

Para tentar diminuir a gestação em adolescentes, o Ministério da Saúde, em parceria com as secretarias estadual e municipal da Saúde, realizou, nesta sexta-feira (4) em Curitiba, o 5.º Fórum Perinatal da Rede Cegonha. Cerca de 100 profissionais da saúde participaram do encontro, discutindo temas como os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e as estratégias adotadas pelo programa Mãe Curitibana/ Rede Cegonha para redução dos casos da gestação na adolescência em Curitiba.

“As famílias e as escolas precisam discutir esses assuntos, mostrar para os adolescentes o resultado de uma gravidez não planejada. Temos muitos jovens de 12 anos engravidando, por isso além da conversa é preciso pensar em métodos contraceptivos de longa duração”, explicou o coordenador do Programa Mãe Curitibana, Wagner Dias. “Se melhorarmos a intervenção na saúde das adolescentes e usuárias de drogas, os índices de mortalidade materna e infantil serão comparáveis aos de primeiro mundo”, ressaltou.

Curitiba foi pioneira no tratamento a vítimas de violência sexual, repassando esse atendimento para os profissionais da saúde, ao invés do Instituto Médico legal (IML) e delegacias de polícia. Mas o número de pessoas que procuram esse atendimento ainda é baixo. Segundo o professor titular de reprodução humana do Hospital das Clínicas de Curitiba, Rosires Pereira, a estimativa é que apenas uma em cada 15 vítimas de violência procuram atendimento. “Nossa capital é referência em muitas coisas, precisamos agora discutir o planejamento familiar, pensar em métodos de longa duração como o DIU, que é fornecido pelo SUS, para serem colocados logo após o parto”, defendeu o professor.

A intenção da Secretaria Municipal da Saúde é de, a partir de 2016, começar a inserir os contraceptivos de longa duração após o parto. “Nas cesáreas é possível introduzir o DIU logo após o parto, já nos partos normais o procedimento é realizado até 48 horas após o nascimento do bebê”, explica Dias.

Rede Cegonha
A Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde fundamentada nos princípios da humanização e assistência, pela qual mulheres, recém-nascidos e crianças têm direito à ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do pré-natal; transporte tanto para o pré-natal quanto para o parto; vinculação da gestante à unidade de referência para assistência ao parto; realização de parto e nascimento seguros, através de boas práticas de atenção; acompanhante no parto de livre escolha da gestante; atenção à saúde da criança de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade; acesso ao planejamento reprodutivo.

“O Fórum é uma proposta do programa Rede Cegonha e tem como objetivo ser um dispositivo transformador. É fundamental esta discussão entre os profissionais da saúde, para que cada um leve ao seu local de trabalho e seja um multiplicador dessas boas práticas”, disse Regina Tanaka, representante do Ministério da Saúde.


Fonte: FEAES

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