Durante o encontro, os representantes das entidades fi zeram um balanço do que foi conquistado pelo movimento médico desde a mobilização de 25 de abril e apontaram novos caminhos de ação.
Ficou acertado na reunião que cada Estado deve discutir em assembleias, entre julho e agosto, a amplitude que pretende dar ao movimento no 2º semestre e o alcance que ele pode ter em cada Estado.
A comissão definiu a data da próxima reunião ampliada da COMSU, dia 17 de agosto. A idéia é que as datas das ações possam ser unificadas como forma de garantir mais impacto à mobilização.
Confira abaixo outros detalhes do encontro.
- A REUNIÃO
Representantes dos Estados e entidades em geral fi zeram o relato dos reajustes pontuais conquistados em cada local e/ou apresentaram propostas de encaminhamento. A avaliação geral é que os valores pagos ainda são baixos.
Assim, entende-se que o movimento deve ser fortalecido e ampliado.
- GANHOS E DEMANDAS
Um dos principais avanços nos últimos meses foi registrado em Pernambuco, como conseqüência da mobilização dos médicos no Estado.
O representante do Conselho Regional de Pernambuco informou durante a reunião que, desde novembro, a Unidas paga R$ 60 por consulta. A Geap também elevou o valor pago pela consulta, de R$ 48 para R$ 60, e agora negocia pagar R$ 80. Segundo o representante do CRM de Pernambuco, a AMIL pagava R$ 25 por consulta em janeiro de 2011. Menos de um ano depois, o valor subiu para R$ 50; a negociação atual é para elevar a consulta a R$ 80.
Por outro lado, representantes do CRM e do Sindicato dos Médicos do Paraná informaram que a situação no Estado pouco avançou com o movimento iniciado em 7 de abril. No Paraná, somente a Copel aceitou pagar R$ 70 pela consulta; o valor médio da consulta está em torno de R$ 40.
Em outros Estados, a situação relatada é: Unidas vai pagar R$ 60 pela consulta a partir de julho em Minas Gerais; no Amazonas, a Unidas subiu a consulta para R$ 58; e no Mato Grosso do Sul, todos os grandes planos elevaram o valor das consultas para R$ 60 a partir de abril deste ano.
Vários representantes informaram que as negociações ainda estão em curso, com possibilidade de ganhos reais. Além do reajuste no valor das consultas, os participantes do encontro frisaram a necessidade de conseguirem aumentos nos valores dos procedimentos e cobrirem a defasagem nos vencimentos, acumulada nos últimos anos.
- ENCAMINHAMENTOS
O representante do CRM-PR propôs que, durante 30 dias, em outubro, os médicos deixassem de assinar as guias dos convênios e passassem a atender os pacientes mediante pagamento do atendimento e posterior ressarcimento junto ao plano.
A ideia é criar fatos cada vez maiores que possam mobilizar a sociedade e pressionar os planos de saúde. O representante do conselho argumentou que uma paralisação por tempo menor, uma semana, por exemplo, não teria grande impacto nos planos e a acabaria gerando inconvenientes aos médicos, que teriam que remarcar todas as consultas para a semana seguinte.
Outras ideias foram lançadas: 1) suspender o atendimento por 15 dias ou uma semana; 2) atender convênios somente em alguns dias da semana, abrindo a agenda para particulares; 3) iniciar e ampliar panfletagem nas portas das operadoras; 4) criar um banco de dados nacional com os valores pagos em cada Estado para cada especialidade.
À equipe de comunicação foi feita a demanda de preparar, até a nova reunião em agosto, um slogan e um símbolo que unifique as demandas dos Estados. Foram também atualizadas na reunião as informações sobre a Câmara Técnica de Hierarquização e a proposta de Contratualização em curso na ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Sobre o PL 6964/2010, em tramitação na Câmara, que garante contratos escritos entre médicos e operadoras dos planos e reajustes periódicos, espera-se sua votação a qualquer momento na Comissão de Seguridade Social, após manobra de alguns parlamentares, que não foi adiante, graças à reação organizada das entidades médicas.
Estamos avançando, vamos em frente !
Aloísio Tibiriçá Miranda (CFM),
Florisval Meinão (AMB) e
Márcio Bichara (FENAM)
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