quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Falta de candidatos em concursos dificulta contratação de médicos para novos hospitais

A ausência de inscritos, em algumas especialidades e regiões, nos concursos públicos para médicos e a falta de candidatos aprovados estão dificultando a contratação de profissionais para a expansão da rede estadual de saúde, em execução pelo Governo do Paraná. O alerta foi feito na reunião da Escola de Governo desta terça-feira (9), pela secretária de Estado da Administração e da Previdência, Maria Marta Lunardon.

Maria Marta explicou que desde 2004 foram abertos cinco concursos públicos. Esses processos tiveram, entre as mais variadas funções de profissionais e técnicos para a área de saúde, vagas para médicos, em diversas especialidades. No mais recente deles, em andamento desde o segundo semestre de 2009, não houve candidatos aprovados para um total de 124 postos (equação que leva em conta especialidades, especialidades por região e por unidade de saúde).

E, mais preocupante, informou a secretária: desses 124 postos, em 108 não houve candidatos inscritos. Para o hospital de Francisco Beltrão, por exemplo, o concurso não conseguiu candidatos para 21 especialidades. Ponta Grossa (sem 12 especialidades preenchidas), Lapa (dez) e Paranaguá (nove) foram outros casos mencionados por Maria Marta.

Governador Requião afirma que é necessário aumentar o salário dos médicos e realizar concursos ao invés de terceirizar 

“O Estado ficou muito tempo sem realizar concurso dessa amplitude. Lançamos, no ano passado, dois editais de concursos para várias funções e especialidades. Mas, diante dessas dificuldades, teremos de tomar novas providências. Rever a remuneração e abrir novo concurso, que avalie não só a competência profissional e intelectual dos candidatos, como também a sua disposição, o seu comprometimento com a saúde pública”, disse a secretária da Administração.

SALÁRIOS - Aumentar a remuneração de médico é a necessidade apontada pelo governador Roberto Requião, que recentemente determinou – e a Secretaria da Administração já iniciou – a realização de estudos que viabilizem essa revisão. Na avaliação do governador, o salário de médico na rede estadual de saúde está “muito baixo”, principalmente se comparado a outras carreiras do Poder Executivo, como as jurídicas (advogados e procuradores), com remuneração até cinco vezes maior.

“Dessa forma, quando o Estado abre um concurso para médico, não encontra pessoas interessadas. Acaba o Estado resolvendo isso com a terceirização. Então, já que o Estado não pode pagar um salário (em função dos entraves legais e burocráticos) de R$ 10 mil para o médico, acaba terceirizando e pagando R$ 20 mil para o lucro de uma empresa. Temos que encontrar uma solução, porque esta da terceirização é a pior possível”, disse Requião.

O programa de expansão da rede estadual de saúde segue com a construção, ampliação e reforma de 45 hospitais e a implantação de 347 Centros da Mulher e da Criança, citou o governador. O salário inicial da função de médico, que integra o cargo de agente profissional do Quadro Próprio do Poder Executivo, é de R$ 2.401,56 para jornada de 20 horas semanais, mais uma gratificação mensal de R$ 700 para os que atuam em hospital e de R$ 500 para os que exercem atividades em outros setores.

Fonte: Agência Estadual de Notícias.

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