sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ponta Grossa pode perder 9 equipes do PSF por falta de médicos

O município de Ponta Grossa pode ficar sem nove equipes do Programa Saúde da Família (PSF). A falta de médicos compromete a estrutura de atendimento. O governo federal exige que toda equipe do programa deve ser composta no mínimo por um médico, um enfermeiro e dois técnicos em enfermagem. Sem isso, o governo federal entende que fica inviável manter uma equipe do PSF, cortando a verba repassada ao programa. O déficit de médicos para atuar no programa é de nove profissionais.

Dos 12 médicos aprovados em teste seletivo, nove foram convocados, mas apenas três se apresentaram para a contratação. Desde 2009, a Prefeitura já promoveu dois testes seletivos e um concurso para atrair médicos para atuar no município, mas os resultados não vêm suprindo a necessidade. No entanto, o secretário municipal de Saúde, Winston Bastos, acredita que em um prazo máximo de 30 dias o problema estará resolvido. "Acredito que não teremos problema de descredenciamento. Estamos tentando atrair médicos de outras cidades para atuarem aqui. Muitos de nossos profissionais acabaram passando em outros concursos públicos e saíram do Município", informa Bastos.

De acordo com a diretoria de Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Saúde, a maioria dos médicos aprovados rejeita a contratação. É o que vem acontecendo com o último teste seletivo, realizado em abril. Foram convocados nove médicos e sete não deram retorno para a Prefeitura. Outros três médicos, que estavam na lista de espera para segunda chamada, serão convocados. A carga horária a ser cumprida pelos médicos do PSF no município é de oito horas diárias de segunda a sexta-feira, com salário de R$ 7,3 mil.

O PSF atua na promoção da saúde, prevenção de doenças e reabilitação. As equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica específica. Em Ponta Grossa atuam 38 equipes do PSF em 23 unidades de saúde que nos três primeiros meses de 2010 realizaram 31.057 consultas, sendo 9.389 em janeiro, 8.099 em fevereiro e 13.569 em março. "As equipes do PSF atuam mais próximas da comunidade. Precisamos de mais médicos para não termos equipes descredenciadas. As equipes devem visitar mensalmente as famílias atendidas", explica Bastos.

No entanto, Salete Zaveruka, usuária do PSF, afirma que devido à falta de médicos o atendimento está sendo comprometido. "A equipe visita a nossa casa a cada três meses. Faltam médicos para dar um atendimento digno à população", enfatiza.

Déficit geral chega a 29 médicos

A estimativa é de que o déficit de médicos para atuar no sistema público de saúde em Ponta Grossa chega a 29 profissionais. A Prefeitura já abriu um concurso público e dois testes seletivos para suprir a falta de médicos. "Mas o nosso problema é que temos que tentar atrair médicos de outras cidades. O nosso curso de Medicina (da UEPG) é novo. Não há profissionais hoje interessados em atuar no sistema público", ressalta o secretário de Saúde, Winston Bastos.

Ele afirma ainda que algumas especialidades são mais complicadas de serem supridas. "Dermatologia, reumatologia e cardiologia são as mais complicadas. Abrimos vagas para essas especialidades. Ponta Grossa hoje tem apenas três reumatologistas e nenhum quer atuar no sistema público. Todas essas especialidades hoje devem ser tratadas em Curitiba por não termos médicos", sublinha o secretário. Em média, 130 pessoas viajam diariamente, através da secretaria, para serem consultadas na capital do Estado.

Fonte: Jornal da Manhã

Médicos se mobilizaram para tentar melhorar condições de trabalho em Ponta Grossa

Em 2009, os médicos do PSF de Ponta Grossa através do SIMEPAR realizaram uma série de mobilizações para pressionar a prefeitura para que melhorasse a remuneração e as condições de trabalho dos médicos e médicas e os motivasse a continuar no serviço público.

A prefeitura se negou a negociar com o Sindicato e a questão da representatividade seguiu para a Justiça do Trabalho. Pior para a população, pois se houvesse um canal de negociação, a situação dos médicos e médicas não chegaria a esse patamar.

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