Médicos de São Paulo, em assembleia, decidiram na noite desta quinta-feira (30), paralisar o atendimento a dez planos de saúde no Estado de São Paulo. Cerca de 500 profissionais, dos 58 mil que atendem usuários de convênios, participaram da reunião.
Os convênios são: Porto Seguro, Gama Saúde, GreenLine, Intermédica, ABET (Telefônica), da Caixa Econômica Federal, Cassi (Banco do Brasil), da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), da Embratel e Notredame.
Além de reajuste nos honorários, os médicos reivindicam:
- inserção, no contrato com as operadoras, de uma cláusula que preveja reajuste anual nos honorários com base no índice de aumento das mensalidades dos usuários autorizado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar),
- procedimentos atualizados proporcionalmente de acordo com o sistema de hierarquização da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM),
- fim das pressões das empresas para que reduzam solicitações de exames, de internações e de outros procedimentos, interferências abusivas que colocam em risco a saúde dos cidadãos.
Juntos, esses dez convênios reúnem quase 3 milhões de usuários em SP –no total, existem no Estado 18,4 milhões de beneficiários e 327 operadoras de planos de saúde.
Uma especialidade por vez: fique atento!
A paralisação, por tempo indeterminado, afetará apenas uma especialidade médica por vez. Por exemplo: em uma semana, clínicos-gerais deixarão de atender por três dias esses convênios. Na seguinte, é a vez dos oftalmologistas, e assim por diante.
São, ao todo, 53 especialidades médicas, o que pode fazer com que a paralisação dure um ano inteiro por meio desse rodízio. O cronograma de paralisação será definido nos próximos 20 dias.
A estratégia é pressionar esses planos a negociarem um reajuste dos honorários pagos aos médicos. Entre 2003 e 2009 as operadoras deram um aumento de 44%, em média, índice abaixo da inflação no período. A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) que representa as 15 maiores operadoras do Brasil, rebate afirmando que entre 2002 e 2010 as afiliadas reajustaram os médicos em 116%.
Paralisação nacional
No dia 7 de abril, os médicos realizaram uma paralisação nacional que afetou todos os planos de saúde, com atendimento apenas a urgências e emergências. Desde então, as entidades que representam a categoria dizem tentar negociar com 15 operadoras, que foram escolhidas aleatoriamente em uma primeira rodada de negociações.
As dez que sofreram boicote não responderam às solicitações de negociação ou não informaram o quanto pretendem reajustar. Os médicos querem passar a receber dos planos R$ 80 por consulta. Hoje, recebem em média R$ 30.
Fonte: SINDIMED Campinas, com informações da Folha de São Paulo
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