sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Parlamentares e ministro da Saúde manifestam apoio aos médicos brasileiros

Dirigentes das três entidades médicas nacionais (FENAM, CFM e AMB) conversaram nesta quarta feira (21) com parlamentares e gestores sobre as principais preocupações da categoria. Um café da manhã foi oferecido na Câmara dos Deputados, para discutir os projetos de lei que estão em tramitação no Congresso e que são relevantes para o setor e para os profissionais na busca de uma melhor assistência à saúde da população.

Os deputados e senadores se sensibilizaram com as causas expostas pelos representantes dos médicos. Após o café, os representantes das entidades médicas seguiram para uma audiência com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que também manifestou apoio às reivindicaçoes da categoria.

Emenda 29

A regulamentação de Emenda 29, que destina mais recursos para a saúde por parte de municípios, estados e União e cuja regulamentação foi votada na Câmara nesta quarta-feira, foi um dos temas mais discutidos. O encontro também contou com o lançamento de uma cartilha do Sistema Único de Saúde, destinada à população no sentido de que os cidadãos entendam melhor o funcionamento do sistema que utilizam.

Para o presidente da FENAM, Cid Carvalhaes, o Congresso Nacional possui papel fundamental para um Sistema Único de Saúde (SUS) resolutivo e avançado, com a relevância orçamentária que o setor precisa.

"Esperamos soluções rápidas e definitivas em busca da melhoria da qualidade de vida da população. Nada melhor do que estar no seio desta Casa para decidir os destinos da saúde. O encontro foi positivo e percebemos que todos são convergentes no sentido da aprovação da Emenda 29. Isso, sem duvida, é um estimulo," declarou Carvalhaes.

"Foi uma reunião de muito sucesso com maior aproximação de deputados e senadores, que puderam comprovar, a partir da cartilha do SUS, que nós não somos uma corporação que só pensa nos interesses próprios. O que defendemos é voltado para os usuários do sistema", explicou o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto D´Ávila.

O presidente eleito da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso, demonstrou otimismo com as três entidades médicas nacionais trabalhando juntas e contando com o apoio dos parlamentares.

"É muito bom ver que a maioria da Casa comunga nossa ideia. Nós temos um partido em comum, vamos vestir a camisa do "Partido da Saúde" e nos mobilizar para regulamentar a Emenda 29", assinalou ele.


Suspensão dos atendimentos aos planos de saúde

Durante o café da manhã, os dirigentes das entidades médicas lembraram aos parlamentares os motivos da suspensão do atendimento aos planos de saúde, realizada também nesta quarta-feira, em todo o país. O protesto, que é um desdobramento do ato de 7 de abril deste ano, quando médicos de todo o Brasil interromperam, pela primeira vez, o atendimento aos usuários de planos de saúde, ganhou forte adesão nacional. Honorários justos com referência na CBHPM, contratos com reajustes anuais e o fim da interferência antiética na relação médico/paciente são as principais lutas das entidades.


Encontro com Ministro da Saúde

Após o encontro na Câmara, as lideranças médicas seguiram para uma audiência com o ministro da saúde, Alexandre Padilha, a fim de entregar as principais reivindicações do movimento médico. O documento, intitulado "Carta à Nação" expõe a preocupação com as práticas abusivas dos planos e seguros de saúde, que insistem em desrespeitar os profissionais e gerar insatisfação e insegurança nos pacientes com a assistência prometida. O texto denuncia ainda a resistência dos planos de saúde que têm se recusado a negociar com os médicos, "tornando uma cultura do lucro e não da saúde".

Após a reunião, Padilha destacou em entrevista à FENAM TV que o movimento das entidades médicas é legítimo e que os médicos devem ser mais valorizados tanto pelos planos de saúde, quanto no setor público.

"Sou um defensor permanente da valorização dos médicos e dos profissionais de saúde. Os médicos estão defendendo suas causas e nós, do Ministério da Saúde, apenas reforçamos que os serviços de urgência e emergência não sejam paralisados, para que a população não saia prejudicada", lembrou.

O ministro ainda ressaltou que a mobilização abre um processo de negociação e que Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve cumprir seu papel. "É um movimento legítimo, que abre um processo de negociação entre as entidades médicas, operadoras de planos de saúde e a ANS, que deve cumprir o seu papel de regulação do setor de saúde suplementar", ressaltou Padilha.

No próximo dia 27, representantes das entidades que organizaram a paralisação devem se reunir para avaliar os resultados da manifestação e definir os rumos do movimento, juntamente com as Comissões Estaduais de Honorários Médicos.

Fonte: FENAM

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