quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Fundação Copel e entidades médicas firmam compromisso de reajuste

A Fundação Copel de Previdência e Assistência Social assinou, nesta terça-feira, 17, termo de compromisso com a Associação Médica do Paraná, Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná e Conselho Regional da Medicina do Paraná reajustando o valor da consulta médica paga pela operadora aos médicos credenciados para R$ 70,00, valor que pode chegar a R$ 80,00 caso o médico concorde em participar do Informativo Médico para Levantamento Epidemiológico, preenchendo um questionário ao final de cada consulta para que a Fundação Copel tenha informações para desenvolver, em parceria com a AMP, programas de prevenção de doenças e promoção de saúde através do mapeamento dos perfis de seus usuários.

“Estamos nesta luta desde 2009. Algumas operadoras nos ouviram, outras, ouviram parcialmente, algumas nos ignoraram, mas a Fundação Copel mostrou muita sensibilidade para chegarmos a esse termo, que terá efeito demonstrativo para o futuro, pautando novas negociações. Esse acordo pode representar uma tendência no relacionamento com as operadoras”, disse o presidente da AMP, João Carlos Baracho.

Além do reajuste de 51% (a Fundação pagava R$ 53,00 pela consulta), o termo também estabelece o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) como índice de reajuste anual dos valores, estipulando janeiro como data base. O acordo ainda prevê reajustes nos honorários para procedimentos médicos e nos custos operacionais, onde a Fundação Copel aplicava a 3ª. edição da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), de 2004, com deflator de 20% nos portes e 30% na Unidade de Custo Operacional (UCO), passando, agora, a aplicar a 5ª. edição da tabela (2008), mantendo os deflatores, sendo que o deflator de portes deixará de ser aplicado em julho de 2013, quando a Fundação também passará a adotar a 6ª., e mais recente, edição da tabela CBHPM.

O acordo com a Fundação Copel é resultado do movimento médico que vem, desde 2009, lutando pela valorização profissional e a correta remuneração por parte dos planos de saúde (alguns não reajustam os honorários médicos há sete anos, apesar de reajustarem a mensalidade de seus clientes anualmente). É o primeiro acordo assinado com uma operadora de saúde suplementar desde 2005, e o acordo de abrangência estadual com os maiores valores do Brasil. “É muito importante o momento em que uma empresa paranaense, do porte da Copel dá esse exemplo de maturidade na negociação e, ainda, passa a pensar em cuidados com a saúde e não só tratamento de doença”, disse o presidente do Conselho Regional de Medicina, Carlos Roberto Goytacaz Rocha.

O termo de compromisso é o primeiro resultado prático, de âmbito estadual, das manifestações das entidades médicas em defesa do reajuste nas tabelas pagas pelos Planos de Saúde, e pode nortear outros acordos, mostrando que é os profissionais da medicina estão abertos a negociações e que as operadoras têm condições de apresentar propostas que reconheçam o valor do profissional de saúde. “É a prova que medidas como a que tomamos ações na Justiça pelo reajuste são decisões extremas, que poderiam ser evitadas com a negociação aberta e em termos aceitáveis”, disse o presidente do Sindicato dos Médicos no Paraná, Mário Antônio Ferrari, que informou já estar tomando as medidas para excluir a Fundação Copel da ação movida pela entidade.

De acordo com o termo de compromisso, a Associação Médica, através de suas Sociedades de Especialidade, cria o Programa de Auxílio às Câmaras Técnicas de Operadoras de Saúde. Na hipótese de dúvidas sobre determinada atuação médica, a Fundação Copel poderá formular questionamentos à AMP, que firmará parecer descrevendo se a conduta questionada está em conformidade com os protocolos de medicina da especialidade.

Para o presidente da Fundação Copel, Helio José Pizato, o acordo trará grandes vantagens para os cerca de 40 mil usuários do plano de saúde da fundação. “Com médicos mais satisfeitos, certamente teremos um melhor atendimento. Mas nosso acordo vai muito além disso, trata de saúde, de qualidade de vida, na medida que poderemos ter diagnósticos de doenças mais comuns entre nossos usuários e poderemos elaborar, em conjunto com as entidades médicas, ações de controle e prevenção”, disse. “Ter os maiores valores pagos ao médico no Brasil não nos espanta, pois queremos nosso usuário bem atendido e temos certeza que esse acordo dá início a uma inédita relação contributiva entre médicos e operadora”, acrescentou o diretor de Administração e Seguridade da fundação, Antonio Sergio de Souza Guetter.

Fonte: AMP

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