Mauro Ribeiro defendeu a manutenção da excelência da Residência Médica
A mesa redonda foi presidida por José Roberto Baratella, membro da Comissão de Ensino Médico do CFM, e contou com a apresentação da professora da Universidade de São Paulo Maria do Patrocínio Tenório Nunes, que apresentou as propostas consolidadas nos pré-fórum, as quais foram divididas em regulação, preceptoria, ampliação de vagas e o processo seletivo. Entre os pontos destacados por Maria do Patrocínio estão a independência funcional e financeira da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), uma carreira de preceptoria em saúde e a manutenção da autonomia do processo de seleção nos programas de Residência Médica.
Também foi proposta a revisão do prazo, estabelecido pelo governo, de oferecer vagas nas residências médicas no mesmo número de egressos em cursos de medicina. “Será inviável a oferta de todas essas vagas em 2018, até porque elas estão sendo expandidas na mesma proporção do fechamento de leitos”, argumentou Maria do Patrocínio.
Maria do Patrocínio apresentou o resultado dos Pré-Fóruns de Ensino Médico |
O debatedor seguinte, o professor universitário e membro do Conselho Regional de Medicina do Ceará Flávio Lúcio Ponte Ibiapina, argumentou que não será impondo a Medicina Geral da Família e Comunidade como pré-requisito para as outras residências que o governo conseguirá valorizar a especialidade. “Nesse modelo, é impossível atrair e reter profissionais na especialidade, que será usada apenas como passagem para outras áreas”, informou.
O 1º vice-presidente do CFM, Mauro Ribeiro, enfatizou que o governo não está preocupado com a qualidade das escolas e das Residências Médicas, nem com a valorização da especialidade Medicina Geral de Família e Comunidade. “Se estivesse, ofereceria condições para que o médico de família pudesse trabalhar e não abriria mais vagas, já que as atuais estão ociosas”, ponderou. Mauro Ribeiro também criticou o sistema de pontuações, como as dadas a quem participa do Provab. “Não existe mais meritocracia. Em algumas residências, se o candidato não tiver a pontuação do Provab ele não entra. Foi criado, na prática, o serviço civil obrigatório”, afirmou.
Mauro Ribeiro enfatizou que o compromisso do CFM é com a qualidade do ensino médico. “A Residência é sagrada e vamos continuar lutando para que ela continue formando bons profissionais”, afirmou. O VI Fórum de Ensino Médico continua na manhã desta sexta-feira, quando serão debatidos temas como a adequação das escolas médicas às diretrizes curriculares impostas pela lei nº 12.871/13.
Fonte: Portal CFM
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