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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Rio fará vistorias diárias contra o Aedes aegypti durante Jogos Olímpicos


Mosquito Aedes aegypti
Mosquito Aedes aegyptiArquivo/Agência Brasil

A prefeitura do Rio de Janeiro anunciou que vai intensificar as inspeções de combate ao mosquito Aedes aegypti durante os Jogos Olímpicos, em agosto. O inseto é o principal vetor de transmissão do vírus Zika, relacionado ao nascimento de bebês com problemas cerebrais.

As vistorias em locais que receberão os atletas e o público durante os jogos serão mais frequentes quatro meses antes da competição. Já no mês dos jogos, as inspeções passarão a ser diárias, segundo o Comitê Rio 2016, preocupado em reduzir o risco de contato com o Aedes.

A prefeitura esclarece que durante o inverno as condições climáticas não favorecem a proliferação do mosquito, ao contrário do verão, que tem alta umidade por causa das chuvas e do calor. Mesmo assim, não está descartado o uso de inseticida em agosto, que poderá ser borrifado (o fumacê).

No mês das competições, a prefeitura também colocará pelo menos um agente de vigilância ambiental e de saúde em cada uma das instalações olímpicas. Eles devem ficar atentos a qualquer foco de proliferação do mosquito. “Um copo plástico jogado e esquecido num jardim, por exemplo pode acumular água e virar um potencial criadouro”, disse a prefeitura, em nota.

Carnaval

Ainda neste verão, o Rio também aumentou as inspeções e ações de conscientização nos bairros. Amanhã (26), inicia o mutirão de mobilização e combate ao Aedes na zona oeste, como Deodoro, sede de competições de hipismo, canoagem e hóquei na Olimpíada do Rio.

Para garantir que os turistas se sintam seguros no Sambódromo, que recebe os tradicionais desfiles das escolas de samba no próximo final de semana, a prefeitura informa ainda que faz inspeções semanais no local, que, ao longo do ano, já passa por vistorias quinzenais.

O principal alerta é para que a própria população verifique e destrua eventuais criadouros do mosquito diariamente, como depósitos de águas em plantas, jarras, calhas, pneus e lixo abandonado, pois 80% dos focos são encontrados em ambiente domiciliar.

Ao todo, 3 mil agentes de vigilância estão capacitados para combater o Aedes. O mosquito também transmite chikungunya, dengue e febre amarela. As ações foram reforçadas neste verão, época de maior temperatura e de mais chuvas e que favorecem a reprodução do inseto.




Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

RIO - Hospital Albert Schweitzer não tem como funcionar, dizem diretores

Responsáveis pela unidade procuraram a polícia no final de semana. Médicos e enfermeiros estão com salários atrasados. 


Foto: Jorge Darze 

Conforme noticiou o portal G1 nesta segunda-feira (21), diretores do Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, foram à delegacia neste final de semana para afirmar que não têm condições de manter o hospital funcionando. Faltam materiais fundamentais para o atendimento aos pacientes. Os médicos e enfermeiros também estão com os salários atrasados, como mostrou o Bom Dia Rio.
Os diretores da unidade afirmam que procuraram a Polícia Civil como uma medida preventiva para não serem responsabilizados, no futuro, por omissão de socorro causada pela falta de condições da unidade de saúde. Eles afirmam que o local não dispõe mais de medicamentos, máquinas e insumos básicos para manter o local operando normalmente.
Os médicos e enfermeiros também estariam sem receber os salários de novembro e também a segunda parcela do 13º salário. O Hospital Albert Schweitzer já possui vários leitos fechados: são 23 no CTI adulto, quatro no semi-intensivo adulto, quatro no CTI pediátrico e dez na enfermaria neonatal.
Ao longo do dia, várias famílias sofreram com a falta de atendimento no local. Alguns pacientes eram examinados e encaminhados para o Hospital Souza Aguiar, que fica a quarenta quilômetros de distância.
“Eu me sinto constrangido, diminuído. O cidadão paga os impostos, ele tem os seus direitos e deveres e, na hora de receber os direitos, ele não recebe”, afirmou o familiar de um paciente.
Outro familiar afirma que não há nem material de sutura para atender a população.
“Somente os casos mais críticos, na parte da área vermelha, no caso a emergência. Os pacientes estão sendo encaminhados para as UPAs de município”, informou um funcionário que preferiu não se identificar.
Ele afirma que os poucos profissionais que ainda trabalham no local não possuem material para prestar um atendimento seguro. “Não tem material, os insumos não têm. Não tem equipamento. Só tem um enfermeiro, por exemplo, na enfermagem. Ele está fazendo todo o tratamento. Ele acolhe, faz a classificação e atende após o atendimento do médico”, contou o profissional, se referindo a situação do setor de pediatria.
A Secretaria Estadual de Saúde, responsável pelo Hospital Albert Schweitzer, afirma que está reunindo esforços para manter o local funcionando, mas que a situação só será normalizada quando os repasses para o Fundo Estadual de Saúde for regularizado.

Fonte: G1 - 21/12/2015

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Hospitais universitários do Rio questionam repasses do Ministério da SaúdeHospitais

Foto: ABr
Hospitais universitários federais do Rio de Janeiro, que não assinaram contratos de gestão com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estão sendo prejudicados na disputa por recursos do governo federal, afirmaram hoje (22), diretores das instituições. Eles questionam os critérios para o repasse de R$ 1,1 bilhão para as unidades do país este ano, anunciado pelo Ministério da Saúde.

A empresa de serviços foi criada pelo Ministério da Educação em 2011, para gerir os hospitais federais universitários. Dos 50 deles, 33 já aderiram. No Rio, nenhum aderiu até o momento.

Muitos servidores, professores e sindicatos consideram que a gestão de uma empresa de direito privado é prejudicial para a autonomia e a qualidade das unidades.

O diretor do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Eduardo Côrtes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, disse que – se dividido equiparadamente pelos hospitais beneficiados – o repasse deveria ser de cerca de R$ 20 milhões para cada unidade. “Então gostaria de saber para onde foi esse dinheiro”.

Segundo Corrêa, hospital da UERJ teve gastos de R$ 72 milhões no ano passado. Por causa de dívidas com fornecedores, corre risco de ficar sem refeições diárias a partir de sábado. “Há hospitais, com o mesmo número de leitos que o nosso, com menos alunos, que receberam o dobro de recursos para pagar seus custos. Gostaria de entender por quê”, afirmou o diretor, Ele lamentou a falta de investimentos para a ampliação de leitos desde que a unidade perdeu mais de 250, na implosão de um de seus prédios, em 2010, por problemas estruturais.

Cerca de 65% das despesas do hospital recebem pagamento por serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS). O restante é repassado pelo Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf) e de verbas da universidade.

Eduardo Côrtes lembra que, em 2013, foram repassados pelo programa, R$ 17 milhões; em 2014, R$ 8 milhões; e neste ano, pouco mais de R$ 3,2 milhões, dos R$ 192 milhões repassados às unidades universitárias do país. “Que está havendo uma redução do orçamento está, mas se for por retaliação pela não adesão, isso é inconstitucional, pois a autonomia universitária está garantida por lei”, disse. O programa é coordenado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.

O diretor do Hospital Universitário Gafrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Fernando Ferry – que também não assinou contrato com a empresa de serviços hospitalares – acha uma “triste coincidência” que os hospitais sem contrato com a empresa recebam menos recursos do Rehuf, proporcionalmente.

“Só tem dado para comprar remédios e insumos para o hospital funcionar. Agora, não tenho mais dinheiro para pagar as empresas que prestam serviço. Daqui a pouco, eles não vão mais trabalhar, e terei que fechar o hospital”, disse Ferry, ao informar que precisaria de R$ 12 milhões para a instituição sair do vermelho.

Os cerca de R$ 1,4 milhão destinados ao Gafrée e Guinle, que seriam para ampliar e melhorar o atendimento, vão pagar apenas contas pendentes de maio, informou o diretor da unidade.

“Meu custo mensal é de R$ 3 milhões e recebi mês passado R$ 980 mil. É um hospital de 236 leitos, de todas as especialidades. Só neste ano, internamos 13 mil pessoas. Tenho 3,5 mil pacientes com Aids, 2,5 mil pacientes com hepatites virais, e atendemos mais de 8 mil pessoas do Sistema de Regulação da Prefeitura”, disse.

A Universidade Federal Fluminense (UFF) – também sem contrato com a Ebsehr – informou, em nota, que o valor de pouco mais de R$ 1,834 milhão, anunciado para o Hospital Universitário Antônio Pedro, será utilizado para custeio, o que inclui pagamento de contratos atrasados de mão de obra e compra de material médico.

As cirurgias eletivas continuam suspensas até 3 de novembro. As dívidas do hospital são de aproximadamente R$ 7 milhões, incluindo R$ 1 milhão em contas de luz e água. Segundo a direção do Antônio Pedro, faltam medicamentos, material médico-hospitalar para pacientes internados e para procedimentos de apoio diagnóstico e terapêutico, e seringas, luvas, gaze.

O Ministério da Saúde nega que haja qualquer pressão para que os hospitais assinem contrato com Ebserh. A pasta informou que repassou, de janeiro a agosto deste ano, R$ 39,9 milhões ao Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, sendo R$ 17,8 milhões a mais do que a produção informada pelo gestor, de R$ 22,1 milhões. Já para o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, foram repassados R$ 12,7 milhões, valor R$ 5,6 milhões maior que o valor de produção informado no período, de R$ 7,1 milhões.

Quanto ao valor de R$ 1,1 bilhão de incentivos, repassados neste ano, o ministério informou que o dinheiro destina-se à Contratualização, Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do Ensino e Pesquisa (Fideps), das produções ambulatorial e hospitalar e incentivos das redes Cegonha e de Urgência e Emergência. O ministério não especificou o destino dos incentivos com valores respectivos.

Segundo a pasta, a decisão sobre a divisão dos recursos do Rehuf é feita pelo Comitê Gestor do programa, formado pelo Ministério da Educação, da Saúde, do Orçamento e Gestão e de representantes das próprias universidades e hospitais universitários, entre outros.

O ministério destacou que o repasse é definido por diversos critérios e não há como comparar os valores repassados para cada unidade, de forma igualitária, tirando-se a média do total de recursos repassados.

Alguns critério são relativos ao número de atendimentos, tipos de serviços oferecidos, complexidade dos procedimentos ofertados à população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS) e termos do contrato firmado entre a unidade hospitalar e o gestor local.


Fonte: Portal EBC

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Aumento de casos de dengue no Rio reflete volta do vírus Tipo 1


Foto: ABr

O aumento de casos de dengue no Rio de Janeiro, em 2015, se deve à volta do vírus Tipo 1, explicou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe. O número de pessoas suspeitas de dengue é de 48.797, seis vezes maior do que os casos registrados em 2014.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, apesar do número elevado, não há risco de epidemia. O subsecretário esclareceu que o aumento de doentes em relação a 2014 ocorre pela reintrodução do vírus Tipo 1, no interior do Rio, principalmente no Norte e Noroeste. São quatro tipos de vírus em circulação e os surtos ocorrem em ciclos, acrescenta.

De acordo com Chieppe, a alternância de circulação dos tipos de vírus da dengue contribui para que alguns anos tenham taxas mais elevadas. A circulação dos quatro vírus em ação "acaba por tornar uma parte da população imune, o que justifica termos anos com maior intensidade de transmissão", ressaltou.

Em 2013, ano em que a doença foi considerada uma epidemia no Rio, 217.977 casos foram confirmados. Naquele ano, foram 60 óbitos, ante 10 até agora. Em 2014, quando circulou o vírus Tipo 4, que já havia aparecido em 2012 e 2013, o número de doentes chegou a 7.819.

Em todo o país, o Ministério da Saúde contabiliza 1.174.110 casos suspeitos de dengue, sendo 755.537 na Região Sudeste, que é a mais populosa. O estado de São Paulo tem mais da metade dos pacientes com suspeita de dengue na região, com 553.756 casos, seguido de Minas Gerais, 147.764. A maior incidência, por causa das temperaturas mais altas, ocorreu em abril, segundo boletim mais recente.

Para combater a dengue, o estado do Rio investe na campanha 10 Minutos Contra a Dengue, que propõe procedimentos como a limpeza de eventuais criadouros do mosquito, dentro de casa, que concentra 80% dos focos. Além disso, investe em capacitação de profissionais de saúde para identificar e tratar logo o paciente, diminuindo os riscos de óbito, por exemplo.

Fonte: Agência Brasil

sábado, 11 de julho de 2015

Especialista não vê razão para alarme com aumento dos casos de caxumba no Rio

Ministério da Saúde. Foto: ABr
Entre 1º de janeiro e 7 de julho deste ano, o estado do Rio de Janeiro notificou 66 surtos de caxumba com o registro de 606 casos, contra 561 em 2014, mas o consultor científico do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pediatra Reinaldo Menezes Martins, não vê razão para alarme com o aumento de 45 casos nos primeiros seis meses de 2015.
Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde e Martins informa que “o Ministério da Saúde está avaliando a situação junto às secretarias. É sempre indesejável que isso ocorra, mas não vejo motivo para tanta celeuma, até porque o que está acontecendo aqui não é privilégio do Brasil”.
Segundo o médico, o que está ocorrendo agora no Brasil já foi verificado na Europa e nos Estados Unidos: “A vacina de caxumba, dentro da tríplice viral, que é sarampo, caxumba e rubéola, é a que mais tem falhas vacinais. Isso é sabido. Não é uma coisa nova. Muitos surtos já foram investigados nos Estados Unidos e na Europa”.
O pesquisador explica que estudos do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos indicam que a eficácia da primeira dose da vacina contra a doença varia de 73% a 91%, aumentando para a faixa entre 79% e 95% na segunda dose. Ele diz que, como naquele país a notificação da doença é obrigatória, o que não ocorre no Brasil, os números refletem a realidade. Depois que se utilizou a vacina de caxumba em larga escala nos Estados Unidos, o número de casos caiu: “Lá a caxumba é de notificação obrigatória e fica fácil verificar, aqui entre nós, os registros são falhos, até porque não tem notificação obrigatória”. 
De acordo com o consultor científico de Bio-Manguinhos, os percentuais comprovam que, mesmo com as duas doses, não há proteção completa. No entanto, chama a atenção que, apesar das falhas vacinais e dos surtos que ocorrem, a eficácia da vacina foi comprovada nos Estados Unidos.
“Comparando os casos de caxumba antes e depois da introdução da vacina, o número caiu de uma maneira muito acentuada. Não se consegue eliminar a doença. Há falhas vacinais, mas, no cômputo geral, é uma vacina bastante efetiva contra a caxumba”, ressalta o pediatra.
Segundo Reinaldo Menezes, a notificação não é obrigatória no Brasil porque, comparada a outras doenças, a caxumba é uma infecção relativamente benigna, que até pode causar meningite, mas na maioria dos casos não deixa sequelas. Além disso, há outras doenças que podem provocar inflamação da glândula parótida, que fica embaixo da orelha e, em alguns casos, é um dos sintomas da caxumba: “Nem toda caxumba incha a parótida. Isso é um problema e também há inflamação da parótida que não é causada pelo vírus da caxumba”.
O pesquisador destaca ainda que a segunda dose da vacina faz falta. Inicialmente, a indicação no Brasil era de aplicação da tríplice viral em crianças com até 12 meses e a segunda dose entre quatro e cinco anos de idade, mas como se verificou que nesta segunda faixa etária a cobertura vacinal era muito baixa, o prazo foi alterado para 15 meses na segunda dose. “Aproximamos para melhorar a cobertura da tríplice viral”, diz o especialista.
O Bio-Manguinhos é responsável pelo processamento final com a rotulagem e a distribuição das vacinas para os postos de saúde do país. Segundo o médico, laboratórios particulares produzem vacinas que foram avaliadas pelo instituto e o resultado do produto foi semelhante.
De acordo com o instituto, em 2013 o Bio-Manguinhos processou e distribuiu 28 milhões 895 mil doses da tríplice viral e 1 milhão 498 mil da tetravalente viral, que inclui a catapora. No ano passado, foram 11 milhões 603 mil vacinas tríplice e 3 milhões e 220 mil tetravalente.
Fonte: Portal EBC

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Novo sistema de dados do SUS põe em xeque gestão de hospitais


                          Foto: Internet 

RIO - O prontuário do paciente é eletrônico — mas, após o médico preenchê-lo no computador, tem que ser impresso, assinado e carimbado se quiser usar. No almoxarifado e na farmácia, remédios e insumos precisam ser registrados em dois sistemas — e, além do trabalho de se registrar duas vezes a mesma coisa, já houve caso de a entrada do material ser contabilizada em um sistema, a saída, em outro, e aí o controle sobre o estoque já se perdeu. Quando esse tipo de situação envolve remédios, às vezes calha de a medicação não ser dada ao paciente porque seu estoque aparece zerado num dos sistemas — pois ela está registrada no outro. Apesar de já ter custado pelo menos R$ 34,5 milhões, e de ter começado há 4 anos, em 2011, a implantação de um novo sistema de dados nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) — projeto federal hoje chamado E-SUS Hospitalar — ainda não conseguiu ser concluída nas primeiras unidades a receberem o projeto, os seis hospitais federais do Rio.
Atualmente, relatos de funcionários dão conta de que o sistema, um software de gestão para registro e controle de consultas, internações e materiais, por exemplo, funciona incompleto nesses hospitais, o que acaba afetando o tempo de atendimento aos pacientes, além de aumentar riscos de desvio de materiais. Na Bahia, onde o novo sistema também já foi implantado há cerca de dois anos no Hospital Roberto Santos, estadual, o prontuário eletrônico, assim como no Rio, não tem certificação digital; por isso, precisa ser impresso para poder valer.
— O atendimento ao paciente seria mais ágil se pudéssemos trabalhar com o prontuário sem papel — diz Luiz Américo, médico da UTI do hospital e vice-presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia.
No Rio, o sistema anterior, chamado Hospub, funciona junto com o novo, da Totvs, multinacional com sede no Brasil. Mas eles não se comunicam.
— Isso acaba gerando trabalho dobrado para os funcionários. Há unidades em que setores de farmácia e almoxarifado, por exemplo, precisam registrar os materiais nos dois sistemas. Há especialidade em que a parte de ambulatório funciona no E-SUS, e a internação, no Hospub — afirma o médico Júlio Noronha, do Sindicato dos Médicos do Rio. — Em alguns casos, a entrada de um item no estoque é pelo Hospub, e a saída, pelo E-SUS, mas um não se comunica com o outro. Às vezes a enfermagem não acha um remédio ou insumo porque o dado não está no sistema em que estão procurando.
FALTA DE COMUNICAÇÃO COM MUNICÍPIOS
Além disso, o módulo para laboratórios do novo sistema ainda não funciona, diz Noronha, então os setores de laboratório dos hospitais usam o Hospub. Como os sistemas não se falam, dá-se que resultados de exames laboratoriais não podem ser enviados para o prontuário eletrônico, que é E-SUS.
— Em vez de aperfeiçoarem o Hospub, que era posto à disposição para os governos gratuitamente, e que tinha sido desenvolvido pelo Datasus , partiram para uma coisa nova que ainda nem estava pronta — critica Noronha. — A parte administrativa dos pacientes do ambulatório, suas informações de cadastro e contato, são pelo Hospub; o prontuário, o que é receitado no tratamento, é pelo E-SUS. Há funcionários que têm senha dos dois, outros, só de um. Às vezes não conseguem avisar o paciente sobre mudanças no atendimento, porque não conseguem acessar o sistema que tem o telefone dele.
Outros profissionais dos hospitais federais relatam que o E-SUS não se comunica com o SisReg, o sistema da central de regulação de vagas municipal do Rio. Então, quando um atendente nas unidades básicas de Saúde do município faz alguma alteração, via SisReg, no agendamento de pacientes nos hospitais federais, essa alteração não aparece para quem acessa o E-SUS nas unidades federais.
— Muitas vezes um paciente marcado simplesmente não aparece. Acabam ocorrendo situações como na nefrologia e em algumas clínicas da pediatria do Hospital de Bonsucesso, em que cerca de 20 % das vagas ficam ociosas. Será que não há pessoas querendo ser atendidas? — conclui Noronha.
Apesar de, no site do Ministério da Saúde, o E-SUS ser descrito como forma de integrar sistemas e, assim, “permitir um registro da situação de saúde individualizado por meio do Cartão Nacional de Saúde”, funcionários das unidades no Rio afirmam que o E-SUS não se comunica com o cadastro do Cartão SUS — projeto de gestão de informação na Saúde também incompleto, no qual o governo já gastou mais de R$ 200 milhões, e pelo qual pretende criar uma identificação única para os usuários do SUS, para que, onde quer que seja atendido no país, o usuário possa ter seu prontuário acessado.
— Os módulos do E-SUS ainda não estão todos em funcionamento. A implantação está incompleta até hoje — diz Aline Caixeta, procuradora que acompanha a instalação do E-SUS por um inquérito civil público instaurado em 2011, a partir de denúncia do Sindicato dos Médicos do Rio.
O Ministério Público Federal do Rio fez ao Tribunal de Contas da União representação sobre o caso, junto com o Tribunal de Contas de Rondônia — que se envolveu no assunto pois, na época, RO estudava implantar o Hospub. Baseado nisso, o TCU, em acórdão de agosto de 2013 da 1ª Câmara, questionou a substituição do Hospub. Segundo relatório citado pelo TCU, a atualização do Hospub, com migração para ambiente web e prontuário eletrônico, teria custo anual de R$ 2,5 milhões.
Além do custo, o TCU diz que, na aquisição do novo sistema, não haveria previsão de transferência de tecnologia: o fornecimento do sistema não permitiria que o governo “promova as modificações necessárias a ajustar os sistemas às reais necessidades dos usuários”. O TCU determinou auditoria para “investigar a viabilidade de modernização da atual versão do Hospub, os recursos necessários (...) e eventual vantagem econômica no uso desse sistema pelos hospitais públicos, em face dos custos de aquisição e manutenção dos programas comercializados pelo mercado privado”. Segundo a assessoria do TCU, a auditoria, porém, ainda não foi feita.
A REALIDADE DE 200 UNIDADES PÚBLICAS DO PAÍS
O sistema da Totvs foi adquirido por R$ 34,5 milhões numa negociação no fim de 2010 que foi considerada uma “triangulação”: seis entidades filantrópicas do estado de São Paulo e de Porto Alegre pagaram esse valor à empresa Gens (hoje parte da Totvs) pelo sistema, e o forneceram ao governo federal. Fizeram isso em troca de renúncia fiscal. Segundo o TCU, a motivação das entidades foi atender ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), com base na lei 12.101/2009. “O art. 11 dessa lei estabelece a possibilidade de substituição de 60 % da atividade assistencial prestada pelas entidades filantrópicas de excelência ao SUS pela opção de integração ao Proadi-SUS, mediante apresentação de projetos de valor maior ou igual ao valor da isenção fiscal recebida”, afirma o TCU. No acórdão de 2013, o processo é chamado de “negócio jurídico triangular”.
Relator da decisão do TCE-RO sobre o tema, o conselheiro Paulo Curi Neto diz em seu voto: “Qual o interesse a motivar entidades de SP e RS a adquirirem um software a ser instalado no Rio? Por que tal aquisição não se deu pelo próprio ministério?”.
Enquanto a implantação do novo E-SUS Hospitalar não é concluída, o Hospub continua em mais de 200 hospitais públicos no país — sem melhorias ou atualizações de segurança desde 2011, segundo o próprio Ministério da Saúde, pois o objetivo hoje é a migração para o E-SUS. Estados e municípios que usam o Hospub e queiram realizar melhorias acabam tendo de fazer por conta própria. Caso de Rondônia, que atualmente termina a instalação do Hospub na rede estadual.
— Deixou de haver apoio institucionalizado às unidades com Hospub. O que acaba afetando regiões como a nossa, com carência de estrutura física e de pessoal em tecnologia — analisa Curi.
GOVERNO FALA EM 61 % IMPLANTADOS


Fonte:FENAM - 20/02/2015

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Hospital da rede pública do Rio faz transplante de dedo


A rede pública de saúde do Rio de Janeiro já tem condições de fazer cirurgias de transplante de partes do corpo de pacientes que passaram por reimplante, por terem sofrido amputações. O auxiliar de depósito Carlos Henrique Pacheco, de 33 anos, foi o primeiro a ter um dos dedos do pé transplantado para a mão. Há três anos ele sofreu um acidente de moto e teve o polegar esquerdo amputado. Ele disse que nunca ouviu falar na possibilidade de tirar um dedo do pé e reimplantar na mão. Depois de analisar o assunto e receber informações dos médicos se decidiu pela operação.

A cirurgia foi feita no sábado (17), no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o único no estado especializado neste tipo de procedimento. É lá que são feitas as cirurgias do programa SOS Reimplante, criado em 2009 pela Secretaria de Estado de Saúde e que soma 523 procedimentos. Desses, 160 foram reimplantes e os demais trataram sequelas ou mutilações graves de estruturas de mãos, pernas e pés.

O coordenador do programa, o microcirurgião João Recalde, disse à Agência Brasil que a expectativa é poder realizar de 15 a 20 procedimentos semelhantes até o fim do ano, e com o desenvolvimento do programa poder realizar as cirurgias em pacientes com menos tempo de amputação. “Acreditamos que quando se faz um tratamento desses em um paciente que foi mutilado há semanas, ou dois ou três meses, a qualidade da recuperação é muito melhor. Queremos dar oportunidade aos pacientes em período mais precoce possível. Logo após o acidente”, esclareceu.

De acordo com ele, por questões técnicas, pacientes que sofreram amputações não podiam passar até agora pelo reimplante. Além disso, havia a dificuldade maior em realizar o transplante, como foi o caso de Carlos Henrique. “Os pacientes que sofriam amputação e não eram reimplantados, continuavam mutilados. O que resolvemos agora é recuperar os pacientes, trazê-los de volta ao hospital e propor a eles a nova modalidade de tratamento, que é o transplante de dedo”, indicou. Ele acrescentou que a técnica pode ser usada também para o transplante de mais de um dedo.

Segundo o coordenador, esses pacientes se afastavam das atividades profissionais. “São pacientes que ficaram com sequela e com dificuldade de retorno às suas atividades de trabalho. Portanto, são candidatos a cirurgia deste porte, que permitirá a eles retornar ao seu ambiente profissional sem problemas”, analisou.

O médico contou que a técnica já existe há 40 anos, mas, no Brasil, o preconceito do próprio paciente em usar parte do corpo para fazer reparação em outra representou muita barreira para que ela fosse aplicada no país.

“Eles não têm ideia dos benefícios, e pensam sempre pelo lado negativo. O lado da mutilação do pé. O fato de que possam ter dificuldade de andar, jogar bola depois de uma cirurgia dessa. O que estamos procurando mostrar com este trabalho é que nada disso ocorre. A cirurgia é bem elaborada, estudada e feita para evitar qualquer tipo de sequela na retirada do dedo. Em contrapartida tem a retomada da função da mão, que perde até 40% sem o polegar”, explicou, completando que este é o dedo mais importante nos movimentos da mão, e é o mais mutilado em acidentes, principalmente em pessoas que ainda têm um tempo grande de trabalho pela frente.

Fonte: Agência Brasil

domingo, 11 de janeiro de 2015

Déficit diário de leitos de UTI no Rio é de 200 vagas

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Hospital de Base de Brasília
Hospitais no Rio têm carência de leitos (Antonio Cruz/Abr)
O déficit diário de vagas em UTI's no estado do Rio chega a 200 leitos. O cálculo é do presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio, Sidney Ferreira. Em entrevista  Brasil, ele avaliou que a criação da Central Única de Regulação é uma boa medida, mas alertou que ela só vai funcionar plenamente se houver aumento no número de leitos, aquisição de novos equipamentos e contratação de pessoal.

Até o fim deste semestre os pacientes poderão contar com um serviço que facilitará a distribuição de vagas nas unidades federais, estaduais e municipais de saúde. As informações estarão concentradas na Central Única de Regulação. O modelo de organização de vagas vai ser definido em reuniões semanais de um grupo de trabalho formado por técnicos dos três níveis de governo.

Quando estiver funcionando, o paciente que procurar uma unidade básica de saúde da rede municipal, se houver necessidade, será encaminhado aos hospitais especializados do estado ou do governo federal. A expectativa é que haja ampliação no acesso aos leitos de UTI e, ainda, às consultas ambulatoriais e tratamentos específicos, como os oncológicos.

“Não vai ser organizando a regulação que vai ocorrer um milagre. A organização das vagas vai otimizar, mas não resolve. O que vai resolver, além disso, é a disponibilidade de leitos, de centros cirúrgicos e de equipes. A rede básica de atendimento tem que funcionar muito bem, para que a prevenção se faça adequadamente. Tudo isso é preciso fazer, mas [a central] é um bom começo”, disse.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, atualmente há 1.101 leitos de UTI para adultos, crianças e recém-nascidos. Em 2006 eram 269 leitos, quando foram realizadas 2.025 internações. No ano passado, o total ficou em 18.880.

O secretário de Saúde do Rio, Felipe Peixoto, destacou que há especialidades que são oferecidas em unidades de cada uma das esferas de governo que, às vezes, ficam ociosas, mas, com a central única, as vagas estarão disponíveis aos pacientes.

“O Estado ficou com a incumbência de fazer a gestão desta iniciativa. Pretendemos ampliar não só a consulta ambulatorial, mas permitir que quem precisa fazer tratamento oncológico, uma cirurgia ortopédica, ou de outras especialidades, estejam inseridos em uma única fila. O objetivo é permitir que a população tenha atendimento mais rápido”, esclareceu Peixoto.

Há mais de um ano que a medida vinha sendo discutida pelos três níveis de governo, com discussões sobre o fortalecimento da rede pública do Rio. Depois de uma reunião na quarta-feira (7) entre o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, ficou acertado que serão incluídos na rede unificada, os institutos, hospitais filantrópicos e a rede privada, contratada pelo SUS.


Fonte: Portal EBC

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Rio sedia congresso mundial sobre alergia

Foto: Shutterstock
Médicos alergistas de cerca de 60 países participam até a próxima terça-feira (9), no Rio de Janeiro, da Conferência Científica Internacional da World Allergy Organization (WAO), realizada em conjunto com o 41º Congresso Anual da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). Os dois eventos foram abertos nesse sábado (6), no Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova, centro do Rio.

Os mais de 1.500 participantes das duas conferências assistirão a palestras de 143 especialistas brasileiros e estrangeiros sobre temas como anafilaxia, alergia alimentar, urticária crônica, dermatite atópica e de contato, asma e imunologia no século 21.

De acordo com a médica Karla Arruda, diretora científica da Asbai e membro do comitê organizador da conferência, “é uma oportunidade única de atualização nos mais efetivos avanços em tratamento e prevenção de doenças alérgicas e imunológicas, com foco especial em imunoterapia e alergia alimentar”.

As duas últimas edições da conferência da WAO foram promovidas em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em 2010, e em Hyderabad, na Índia, em 2012. A programação completa da conferência está disponível no site www.worldallergy.org .

Fonte: Agência Brasil